Uma pesquisa feita na Universidade de Stanford (Califórnia), nos Estados Unidos, sobre alucinações, afirma que existe uma relação entre visões de cunho religioso e determinadas condições cerebrais. O estudo foi parte da pesquisa de campo da antropóloga Tanya Luhrmann.
De acordo com a Science News, esse tipo de estudo normalmente é focado em pessoas com perturbações clinicamente comprovadas, como a esquizofrenia, mas que nesse caso os cientistas se concentraram em indivíduos saudáveis que, segundo eles, também têm experiências de saída do estado normal da mente.
Para realizar o estudo, Luhrmann entrevistou centenas de membros de uma comunidade evangélica, entre os quais alguns afirmam terem vivenciado conversas reais e autênticas com Deus. A pesquisadora se dedicou a descobrir o que há de comum entre estas pessoas. De acordo com os resultados do estudo, ela identificou que existe um mecanismo mental (ainda desconhecido) pelo qual todos os seres humanos estariam sujeitos a ter um sonho excessivamente real, por exemplo, em que uma entidade espiritual muito forte (que pode ser a figura de Deus como também a do Diabo ou outro ente) visita a pessoa dentro de sua consciência.
Porém, a pesquisadora afirma que essas experiências religiosas não se apresentam como um quadro psicótico. Ela explica que, na psicose, existe uma perda diagnosticável de contato com a realidade, o que não se aplica às “alucinações” religiosas.
O estudo concluiu que, no caso da religião, predominam experiências culturais e históricas de cada pessoa, que condicionariam o cérebro a um estado específico. A autora chama esse fenômeno de “absorção” de um ambiente imaginativo, o que, segundo ela, facilita a criação das imagens presentes nas experiências espirituais.
Fonte: Gospel+