A região da cracolândia, em São Paulo, é alvo de projetos sociais voltados à recuperação de dependentes químicos que frequentam a área.
Entre outras entidades, igrejas marcam presença com iniciativas como a Missão Cena, ou o Projeto Cristolândia, sempre visando a retirada dos dependentes químicos das ruas e a internação voluntária em clínicas de recuperação.
Porém, há casos em que dependentes de crack se recusam a receber ajuda, e permanecem nas ruas do bairro da Luz, em São Paulo, o que mantém o tráfico de entorpecentes da cracolândia de pé, e torna ineficientes as iniciativas de reurbanização da área.
O governo do estado de São Paulo vai passar a fazer internações involuntárias de dependentes de crack, e a região da cracolândia foi escolhida como projeto-piloto, para depois, expandir a iniciativa para outros municípios.
A medida será tomada com avaliações caso a caso, após um grupo de juízes, promotores e advogados fornecer um parecer e determinar a internação dos dependentes, sempre baseados em dados fornecidos por uma equipe médica.
As internações nesse sistema só ocorrerão em casos que os dependentes recusarem o tratamento. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), ressalta que o objetivo é proporcionar o tratamento em casos que precisam de maior atenção: “É um trabalho de internação involuntária, para casos mais graves, que comprometem a vida e a saúde das pessoas. Já vai ter no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas) o juiz, o promotor e o advogado. Então acho que estamos avançando [no combate ao crack]”.
A medida só vai ser possível devido a um acordo entre a Justiça, as secretarias de Justiça, Desenvolvimento Social e de Saúde, Ministério Público do Estado, e a comissão antidrogas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ainda não foi definido se a internação voluntária valerá também para menores de idade.
O governador declarou que nos últimos meses, mais de mil pessoas que buscavam drogas na região da cracolândia foram internadas em clínicas de recuperação, mantidas através de uma parceria entre o estado e a prefeitura da cidade: “A gente tem consciência do problema. Não vai resolver rápido. É uma tarefa permanente, mas já diminuiu muito. É uma tarefa permanente, que vamos continuar”.
Alckmin ainda lembrou que o problema com o crack não é algo restrito a São Paulo: “Infelizmente, nós temos hoje dependentes químicos no Brasil inteiro, nas capitais, nas grandes cidades e até nas cidades médias. Não podemos nos omitir. Sempre dissemos que não vamos desistir”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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