A ex-deputada Flordelis concedeu a sua primeira entrevista, após ter sido condenada a meio século de prisão por ter sido a mentora do assassinato do pastor Anderson do Carmo, seu próprio marido, morto com mais de 30 tiros na garagem da sua própria residência, no Rio de Janeiro.
Flordelis, também conhecida pelo título de pastora, não confessou o crime e em vez de demonstrar algum arrependimento pessoal no tocante às próprias atitudes, resolveu atacar o falecido pastor, acusando-o de ter destruído a sua família.
“Antes, alternava sentimentos de saudades e ódio. Recentemente, entrei na Justiça para tirar o nome [Souza] dele do meu. Hoje reconheço todos os males que ele fez a mim, às minhas filhas, às minhas netas, destruindo toda a minha família”, disse ela.
Em outro momento, falando de modo genérico, a ex-deputada federal também atacou “esse evangelho”, vinculando o ensino bíblico ao relacionamento conturbado com o pastor Anderson.
Se referindo aos seus erros, Flordelis disse que “o maior deles foi ter entregue a minha vida ao meu marido. No casamento, me calei e me anulei para tudo. O evangelho no qual fui criada me colocou como apêndice do pastor Anderson”.
Sem apresentar provas, a ex-deputada continuou atacando o falecido marido, o acusando de violência. “Esse evangelho dava a ele permissão para controlar a minha vida, me violentar e me agredir permanentemente”, destacou.
Esperança
Sobre a condenação de 50 anos, Flordelis disse que mantem a esperança de obter um novo julgamento. No dia em que ouviu a sua sentença pela Justiça, a ex-deputada disse estava profundamente abalada.
“Meu corpo estava no tribunal no dia do veredito. Mas, a minha alma ficou encolhida na cadeia. Senti o peso da condenação. Foi muito duro enfrentar tudo aquilo. Quando ouvi a sentença de 50 anos, um buraco se abriu sob meus pés”, disse ela.
“No entanto, a absolvição da Marzy, Rayane e André Luiz me mostrou que posso ter um novo julgamento”, frisou. Por fim, a ex-deputada manteve a sua postura com relação às acusações, dizendo que não confessará a mentoria do plano de assassinato de Anderson.
“Jamais confessarei o que não fiz! Não matei o Anderson do Carmo! Nem mandei matá-lo! Prefiro ficar na prisão por 50 anos sendo inocente do que bem menos tempo confessando o que não fiz”, concluiu, segundo o Metrópoles.