A Marcha Pela Vida, um movimento de oposição ao aborto, será realizada na Avenida Paulista, em São Paulo, no próximo dia 30 de setembro, às 15h00. A reunião de ativistas pró-vida acontece em um momento que o Supremo Tribunal Federal (STF) julga uma ação movida pelo PSOL solicitando a descriminalização da interrupção da gravidez até o terceiro mês.
Recentemente, milhões de conservadores – sobretudo cristãos – saíram às ruas em Buenos Aires em um protesto que pedia a reprovação do projeto de lei que pretendia legalizar a prática do aborto até a 14ª semana de gestação. A vitória dos defensores da vida vem sendo vista como um impulso para a manifestação que acontecerá no último domingo do mês em São Paulo.
A ideia, segundo os organizadores, é aproveitar o momento e “fazer um ato maior e massivo”, apartidário e sem viés religioso: “Este objetivo de incluir pessoas do povo que apoiem a causa sem distinções tenta demonstrar que a defesa da vida humana não depende de uma crença específica, ela é intrínseca ao próprio ser humano e vai muito além de uma questão religiosa. Outras cidades do Brasil”, afirma a organização.
De acordo com informações do portal Guia-me, o movimento no Brasil está repetindo o slogan dos militantes pró-vida argentinos: “Salvemos as duas vidas”.
A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) proposta pelo PSOL visando a descriminalização do aborto foi apresentada no dia 8 de março de 2017, em parceria com o Instituto Anis. A coordenadora da Marcha Pela Vida em São Paulo, a jurista Teresinha Neves, observa que o evento milita também a favor do PL 4754, que criminaliza o ativismo do judiciário.
“Este é um evento inter-religioso, suprapartidário, que busca a defesa da vida”, declarou Teresinha, que faz parte do Movimento Nacional Cidadania Pela Vida – Brasil Sem Aborto e do Movimento Evangélicos Pela Vida. “Somos um país que, em sua maioria, é a favor da vida. Sabemos que para mostramos a nossa força ainda mais, é preciso que a gente vá para a rua e mostre que o Brasil é a favor da vida”, acrescentou.
A legislação vigente no Brasil estipula que o aborto pode ser praticado em gravidez resultante de estupro e quando a gestação representa um risco para a vida da mulher. Um precedente estabelecido pelo STF anos atrás garante também a realização do aborto em casos de anecefalia.
A postura do brasileiro sobre o aborto continua conservadora: em agosto, o Datafolha divulgou um relatório apontando que 59% dos brasileiros são contrários a alterações na atual lei sobre o aborto no Brasil.
Marcha pela Vida Brasil
30 de setembro
15h00
Avenida Paulista, próximo ao cruzamento com a avenida Brigadeiro Luís Antônio