A história é uma excelente professora para os que sabem lhe dar ouvidos e aceitar suas lições, a fim de que os erros do passado não tornem a se repetir. Essa é uma verdade que os ucranianos sabem muito bem e seguem à risca, e por isso clamam a Deus todos os dias para que o Senhor não permita a volta do comunismo em seu país.
Não importa o clima, faça sol, chuva ou caia neve, há cinco anos os ucranianos de Kharkov se reúnem todos os dias por volta das 6h em uma praça pública para orar contra a volta do comunismo na Ucrânia.
Essa iniciativa ocorreu após a cidade de Kharkov, Lugansk e Donetsk serem atacadas em 2014 por separatistas. A Rússia, principal país da antiga União Soviética, também interviu no país pela península da Crimeia, no sul da Ucrânia, e tomaram controle da região da Crimeia, a fim de anexá-la ao seu território.
O desencadeamento desse conflito despertou nos ucranianos o temor da volta do regime comunista, o qual foi responsável pela morte de pelo menos 100 milhões de pessoas no século XX (podendo chegar a 400 milhões em números não oficiais), segundo informações de “O Livro Negro do Comunismo” (1997).
“Esta é a geração de filhos cujos pais foram mortos pela fé , cujos pais passaram a maior parte do tempo na prisão pela fé. Conhecíamos a verdadeira face do comunismo e ele estava tentando voltar”, disse um pastor batista local que não quis se identificar.
“Estávamos de joelhos e dissemos: ‘Senhor, não sabemos o que fazer. A única esperança estava no Senhor'”, acrescentou o líder religioso, segundo informações do Acontecer Cristiano.
Durante o domínio do regime comunista na Ucrânia (União Soviética) não existia liberdade religiosa. Assim como na atual Coreia do Norte, China e Cuba, por exemplo, pregar abertamente contra os ideais controladores da ideologia que vitimou milhões de pessoas ao longo da história poderia custar a prisão ou mesmo a morte.
Mas, para o pastor Alexander, outro líder cristão que incentiva a oração do povo ucraniano contra a volta do comunismo na região que ainda respira sob o conflito separatista, a reunião matinal nas praças tem trazido consolo e inspiração para muitos da comunidade.
“As pessoas estão preocupadas e desanimadas”, disse ele. “E todas as notícias são controversas. Acredito que nosso ministério aqui trará paz ao povo, trará a verdade, trará esperança ao povo de Deus”, conclui.