A campanha eleitoral pelos cargos municipais começou e junto com ela a preocupação com a preservação do templo como local de culto. Diante disso, a Convenção Batista Nacional da Paraíba emitiu uma nota em que denuncia como crime o uso do púlpito como espaço de propaganda de candidatos.
O texto destaca a liberdade de consciência como um direito de todos os cidadãos e aponta como natural o envolvimento do cristão nas questões políticas do país, em todos os níveis, mas destaca que o local de culto deve ser respeitado e protegido contra “manipulações” de líderes evangélicos.
Confira:
A CBN-PB entende que é impossível ser apolítico e que o querer ser é de certa forma um sinal de ignorância e alienação. Portanto, somos políticos no sentido mais amplo da etimologia da palavra e louvamos a Deus pela liberdade que a Democracia nos confere de exercermos a nossa cidadania e lutarmos por um país melhor através de um dos instrumentos democrático, o voto.
Entretanto, ao que se refere a propaganda eleitoral dentro dos templos e, mais escancaradamente, na hora de culto, feita por muitos líderes evangélicos, sendo o recinto lugar e momento no qual as pessoas se reúnem com um sentimento cândido voltado para a busca da transcendência, é no mínimo uma atitude covarde e desrespeitosa por parte de quaisquer pastores ou líderes subordinados, além de ser uma que fere a legitimidade do culto, que é totalmente Teocêntrico, o fazendo passar a ser herético por desvio de foco. A legislação é clara: segundo a Lei 9.504/97 e de acordo com o Artigo 13, da Resolução 22.718/2008, do Tribunal Superior Eleitoral, fica proibida toda e qualquer propaganda eleitoral dentro de templo.
Art. 13. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados (Lei nº 9.504/97, art. 37, caput).
Os batistas consideram como inalienável a liberdade de consciência. Cada pessoa é competente e responsável perante Deus, nas próprias decisões e questões morais e religiosas. A Bíblia revela que cada ser humano é criado à imagem de Deus, é único, precioso e insubstituível. Criado ser racional, cada pessoa é moralmente responsável perante Deus e o próximo.
O pastor, na qualidade de cidadão, pode e deve exercer a sua cidadania normalmente com deveres e direitos conscientes e livres. Mas, a pretensão de tentar manipular o povo de Deus sonegando o tempo do culto para defender politicos não é somente crime, mas se torna uma atitude insana e diabólica.
E disse-lhes: ‘A minha casa será chamada casa de oração’.
Pastor Fábio Feito está presidente da Convenção Batista Nacional da Paraíba.