A sociedade brasileira tem visto, estarrecida, a revelação de casos em que crianças tem sido expostas a situações que levam à erotização precoce em escolas e exposições, e a CPI dos Maus Tratos Infantis, presidida pelo senador Magno Malta (PR-ES) está sofrendo pressão de um grupo de parlamentares para que deixe de investigar os casos.
Recentemente, Malta convocou o curador da mostra “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, Gaudêncio Fidelis, para depor na CPI, assim como o ator Wagner Schwartz, que protagonizou a performance La Bête, em que era tocado e manipulado pelo público, inclusive por crianças.
Agora, como a força de trabalho parlamentar ganhou holofotes na mídia, um grupo de senadores estaria articulando nos bastidores para encerrar as investigações. “Conheço o movimento a serviço de forças ocultas e interesses escusos para calar a CPI!”, denunciou Magno Malta.
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, o movimento se tornou mais impetuoso na tentativa de fechar a CPI após Malta convocar um homem preso por estuprar 11 crianças, e usam para isso o argumento de que o acusado estava algemado, com o uniforme da penitenciária e sem acompanhamento de um advogado.
No entanto, o senador Magno Malta argumenta que um advogado do Senado foi disponibilizado para orientar o preso sobre seus direitos.
Sempre contundente, Magno Malta fez perguntas que foram consideradas “polêmicas” pelos senadores que agora tentam pôr fim à CPI dos Maus Tratos Infantis. Durante o interrogatório, Malta perguntou se o homem havia sido abusado na infância, e o detento respondeu que sim e chorou.
Para os colegas de Magno Malta, a postura inquisitiva teria sido um excesso, mas o senador capixaba garante que irá lutar para manter a CPI dos Maus Tratos Infantis ativa.