O contundente pastor John MacArthur está lançando um livro que expõe fatos sobre uma batalha contra as crianças na sociedade contemporânea e encoraja os pais a agirem para protege-las.
MacArthur é um dos pastores que sempre se posicionam de maneira enfática contra qualquer tipo de manifestação ou fato social que se opõe à Bíblia. Diante dos ataques feitos à infância por movimentos extremistas, como declarações feitas por trans em eventos LGBT de que seu alvo são as crianças, o pastor decidiu publicar um livro.
O conteúdo de The War on Children: Providing Refuge for Your Children in a Hostile World (“A guerra contra as crianças: como fornecer refúgio a seus filhos em um mundo hostil”, em tradução livre) aborda diversas áreas, incluindo a cultura, as ideologias na educação e os diagnósticos indiscriminados de transtornos em crianças, como TDAH, TOC, entre outros.
MacArthur sugere uma abordagem que não se torne refém de medicamentos que são verdadeiras drogas. Esses comprimidos agem, inicialmente, para aliviar um sintoma, mas a longo prazo tornam o paciente dependente e não permitem o amadurecimento emocional.
Suas considerações sobre esse aspecto do problema vieram a partir do que foi escrito pelo psiquiatra Thomas Szasz no livro The Myth of Mental Illness (“O mito das doenças mentais”) e pelo psicólogo clínico Bruce E. Levine em A Profession Without Reason (“Uma profissão sem razão”).
‘Nobres mentiras’
O pastor cobra, em seu livro, que os pais protejam seus filhos do “desastre cultural” que a sociedade se tornou, e dessa forma, possam garantir um amadurecimento saudável a eles.
“Só para simplificar, as crianças são pecadoras. Tenho bisnetos e, quando eles têm 3 ou 4 anos, a natureza pecaminosa deles começa a se manifestar. Então você acrescenta que os pecados dos pais são visitados nas gerações, a terceira e a quarta geração”, disse MacArthur em um evento na última segunda-feira, 29 de abril, fazendo uma introdução a seu raciocínio.
Além da predisposição ao pecado, as crianças agora também são alvo primário das deturpações promovidas pela cultura como um todo, que foi tomada pela ideologia progressista e visam sequestra-las: “Os homossexuais dizem que vêm atrás dos seus filhos. Eles não estão tentando protegê-los, eles estão atacando-os nas escolas. Eles os estão atacando através da mídia. A Disney e empresas como essa, que desenvolvem entretenimento infantil, têm como alvo as crianças, o que realmente equivale à destruição moral e espiritual. Portanto, esta é uma guerra contra as crianças”, disse.
Em seguida, o pastor observou que o aumento do diagnóstico de crianças com doenças mentais hoje não lhes ensina responsabilidade pessoal, e medicá-las para essas questões apenas as transforma em viciados em drogas e potencialmente criminosos: “Eu estava lendo um livro, um livro interessante, chamado A Profession Without Reason. É um livro que mostra, basicamente, que isso é bastante chocante para alguns de vocês, que a psiquiatria e a psicologia estão finalmente admitindo as nobres mentiras que têm contado nos últimos 100 anos”.
Para MacArthur, “a principal nobre mentira é que existe doença mental”. O pastor decidiu remar contra a maré ao escrever o livro, o que levou à recusa de inúmeras editoras cristãs para publica-lo, informou o portal The Christian Post. Para que o material chegasse ao público, ele precisou lança-lo por sua própria editora, a JMPG.
Para sustentar seu argumento, o pastor resgatou a opinião de um especialista já falecido: “Isso não é novo. Você tem Thomas Szasz… escrevendo um livro, que era psiquiatra, sobre O Mito da Doença Mental. Não existe TEPT [transtorno de estresse pós-traumático]. Não existe TOC [transtorno obsessivo compulsivo]. Não existe TDAH [transtorno de déficit de atenção e hiperatividade]. São nobres mentiras para basicamente dar desculpa para, no final das contas, medicar as pessoas. E as Big Pharmas são responsáveis por muito disso”.
A Associação Americana de Psiquiatria define o TEPT como “um transtorno psiquiátrico que pode ocorrer em pessoas que vivenciaram ou testemunharam um evento traumático, uma série de eventos ou um conjunto de circunstâncias”.
Entretanto, o TEPT é descrito por MacArthur como nada mais que “luto”: “Se você entende, tome o TEPT, por exemplo, o que isso realmente é é tristeza. Você está travando uma guerra que perdeu. […] Como você lida com o luto? O luto é uma coisa real. Mas o luto faz parte da vida, e se você não consegue navegar pelo luto, não pode viver a vida”, afirmou o pastor.
“Mas se você definir isso clinicamente [como TEPT], você pode dar a eles um comprimido, uma série de medicamentos, e eles acabam em Los Angeles, sem teto na calçada. Isto é, no que diz respeito às crianças, a coisa mais mortal que já foi desencadeada sobre as crianças – a medicação”, opinou, retornando ao ponto inicial de seu argumento.
Crianças drogadas
No Brasil, o sociólogo Thiago Cortês fez uma parceria com a psicóloga Beatriz Costa que, em certa medida, vai na mesma direção do que MacArthur denuncia. A publicação questiona os diagnósticos indiscriminados de TDAH que resultam em medicação receitada de forma equivocada, levando crianças a um estado constante de entorpecimento:
“Médicos, pesquisadores e acadêmicos estão cada vez mais desconfiados diante do ‘surto’ de diagnósticos de TDAH no Brasil. Alguns questionam os critérios vagos, subjetivos e imprecisos utilizados para diagnosticar o transtorno. Seria realmente possível diagnosticar o TDAH apenas por meio de um questionário? Será que os profissionais têm sido muito apresados no fechamento do diagnóstico de TDAH? Há ainda quem lembre o fato inconveniente de que a própria existência do TDAH não é um consenso firmado no meio científico”, questionam Cortês e Costa.
Apesar da falta de consenso sobre a existência ou não dos diferentes transtornos, a publicação aponta que “o fato de que a crescente impressionante de diagnósticos de TDAH vem acompanhando de uma enxurrada de prescrições de ritalina, uma droga controversa”. Essa é uma das constatações feitas por MacArthur em seu livro e apontada como o interesse evidente das grandes empresas farmacêuticas.
O pastor, em resumo, diz que sua motivação é espalhar a notícia: “Estamos tentando deixar claro aos pais que o comportamento é essencialmente o resultado das escolhas que as crianças fazem”.
“Se você os educar adequadamente, eles farão as escolhas certas. Mas se você culpar algo diferente das escolhas deles e identificá-los como tendo algo contra o qual eles não podem fazer nada além de medicá-lo, você está literalmente transformando seu filho em… não apenas um potencial viciado em drogas, mas talvez um potencial criminoso porque eles nunca aprendem como navegar pela vida de uma forma socialmente aceitável”, finalizou.
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