A perseguição a cristãos no Paquistão recentemente proporcionou uma acusação contra Rimsha Masih, uma menina com síndrome de Down de blasfêmia ao Islã, por supostamente ter rasgado e queimado páginas do Alcorão, o livro sagrado da religião muçulmana.
Durante as investigações, Rimsha permaneceu presa e foi ameaçada de morte por extremistas muçulmanos do país. Além disso, teve de se submeter a exames clínicos para ter sua condição de saúde mental avaliada. Nos exames foi constatado que Rimsha realmente é portadora da síndrome de Down.
Porém, testemunhas ouvidas pelo Tribunal Juvenil do país negaram que Rimsha tivesse rasgado e queimado um exemplar do Alcorão, e acusaram o líder muçulmano Hafiz Muhammed Khalid Chisti de plantar provas contra a menina, de acordo com informações da missão Portas Abertas.
Perante esses depoimentos e o pagamento de fiança no valor de um milhão de rúpias paquistanesas, o equivalente a US$ 10.600, Rimsha que havia sido presa em agosto, foi libertada em setembro. Há boatos de que ela e sua família teriam fugido para a Noruega.
Agora, a questão legal pode resultar numa condenação de Rimsha por até sete anos de prisão. O processo movido contra o líder muçulmano Khalid Chisti por supostamente ter plantando provas está sendo apreciado pela justiça: “Se o caso contra Chishti for julgado improcedente por falta de provas, é possível que o processo contra a cristã avance”, explicou Khalid Shazhad, diretor de um centro para crianças especiais da região onde a menina vivia.
Segundo Shazhad, é possível que esteja havendo pressão contra as testemunhas que inocentaram Rimsha da acusação de blasfêmia: “Três testemunhas que depuseram contra Hafiz Muhammed Khalid Chishti, afirmando que ele plantou provas para acusar a menina de blasfêmia e expulsar os cristãos do bairro, já retiraram o seu testemunho”, informou.
É possível que a acusação contra Rimsha Masih faça parte de um plano para expulsar os cristãos da região onde aconteceram os incidentes. A população do Paquistão soma 180 milhões de pessoas, mas menos de 5% são cristãs.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+