Uma guerra civil em curso no Sudão do Sul tem custado muitas vidas e comprometido o futuro da pequena nação africana, e os cristãos do país fizeram, recentemente, uma manifestação simbólica, mas efetiva, pedindo a Deus perdão pelos crimes que marcam esse período turbulento.
Vestidos com panos de saco, num gesto simbólico para expressar arrependimento, centenas de seguidores de Jesus Cristo se reuniram nas ruas da cidade Yei, uma das principais do país, pedindo que Deus perdoe o povo sul-sudanês e ofereça oportunidade para correção dos erros.
Um dos líderes da manifestação, o pastor John Sebit Edward, do Centro Cristão de Avivamento, clamou por sabedoria e reconciliação: “Queremos trazer a nação do Sudão do Sul diante de Deus, vestindo panos de saco como um símbolo de humildade, sabedoria e arrependimento, para que Deus possa nos perdoar e desenvolver o país juntos”, disse, explicando o uso de pano de saco, uma referência bíblica de contrição.
Caminhando pelos bairros da cidade e também pelo centro, usando autofalantes, os cristãos pregaram paz, de acordo com informações do Christian Post. Milhares de cidadãos do país, sem distinção de credo, foram mortos na guerra civil, que ainda está em curso. As igrejas locais se tornaram refúgio para os que se encontram no meio do fogo cruzado das partes, que disputam o poder: o presidente Salva Kiir e o primeiro vice-presidente Riek Machar.
“A questão humanitária se torna mais urgente pela falta de água potável. Milhares de pessoas se refugiaram nas igrejas e muito está sendo feito para oferecer assistência a elas, apesar de milhares das dificuldades. A Cruz Vermelha Internacional tem enviado equipes nos dois principais hospitais”, afirmou uma fonte ligada às igrejas no último mês de julho, quando foi declarado um cessar-fogo, que não é totalmente respeitado.
No último mês de março, líderes cristãos reiteraram a denúncia feita pela Organização das Nações Unidas (ONU) de que vinham acontecendo estupros coletivos, enforcamento ou mutilação de pessoas, ou até mesmo a queima de crianças, ainda vivas. O número de desabrigados no país chega a 2,5 milhões.