Para evitar o confronto com terroristas do grupo islâmico Boko Haram, dezenas de cristãos que vivem na região Norte de Camarões, país localizado na África, precisaram se esconder no mato, isto é, nas florestas da região, visando proteger suas vidas diante do radicalismo religioso.
Segundo informações da organização internacional Barnabas Fund, o último ataque do Boko Haram ocorreu entre 10 e 11 de julho, na aldeia Roum, localizada no distrito de Kiiki, região central do país africano.
Em decorrência dos ataques, “as populações perderam estoques de alimentos, roupas, vestimentas de dormir e muitos outros bens materiais e animais”, informou uma fonte da organização, que não quis se identificar por razões de segurança.
“Esses ataques levaram a um grande medo, psicose, trauma e pânico entre as populações”, completou a fonte. Ainda segundo o informante, os ataques ocorreram durante o período mais importante para os camaroneses cristãos, que é o da colheira.
Além de se aproveitarem da terra, os terroristas do Boko Haram teriam como objetivo ampliar a área de conquista militar e política, visando o estabelecimento de um califado islâmico do nordeste da Nigéria, assim como em Camarões.
“A ONU estima que mais de 170 mil camaroneses, principalmente cristãos, foram forçados a fugir de suas casas pelo Boko Haram”, informa o Barnabas. Infelizmente essa violência não é recente.
Já em 2017, o governador Kashim Shettima, do estado de Borno, na Nigéria, divulgou um relatório assustador sobre a atuação do grupo islâmico terrorista, Boko Haram.
“A insurgência de Boko Haram levou a mortes de quase 100.000 pessoas seguindo as estimativas de nossos líderes comunitários ao longo dos anos”, disse Shettima na ocasião.
“Dois milhões, cento e quatorze mil (2.114.000) pessoas foram deslocadas internamente em dezembro de 2016, com quinhentos e trinta e sete mil, oitocentas e quinze (537.815) em campos separados; 158.201 estão em campos oficiais”, diz o documento.
Com isso é possível notar que a perseguição religiosa aos cristãos na África existe como uma escalada de violência, aparentemente sem o controle das autoridades locais, o que deve explicar a denúncia de que há conivência do poder publico em relação ao genocídio de cristãos no continente.