Enquanto a coalizão internacional avança nas tratativas para um enfrentamento maciço contra o Estado Islâmico, os terroristas muçulmanos decidiram libertar 10 cristãos assírios que vinham sendo mantidos reféns em Tel Temir, na província síria de Hasakah.
A libertação desses reféns aconteceu na noite da última terça-feira, 24 de novembro, depois de meses de negociação. No grupo, haviam cinco mulheres. Apesar do avanço, existem outras dezenas de cristãos assírios ainda em cativeiro.
Segundo um comunicado da Rede Assíria de Direitos Humanos (ANHR, na sigla em inglês), “os assírios liberados são moradores de Tel Shamiram, Tel Jazeera, Qabr Shamiya e Tel Fayda, e estão em boas condições de saúde”.
O Christian Post informou que os reféns liberados essa semana fazem parte de um grupo de 230 cristãos sequestrados na região de Khabur, em fevereiro deste ano.
“O número total de reféns libertos desde o início das negociações atingiu 98, sendo em sua maioria, idosos e doentes”, acrescentou a entidade.
Osama Edward, diretor da ANHR, declarou que não é possível compartilhar detalhes sobre o processo de negociação com o Estado Islâmico para liberação dos reféns, devido à “gravidade e sensibilidade da situação”. Os extremistas vêm exigindo o pagamento de milhões de dólares como resgate dos reféns.
“Houve negociações indiretas com o Estado Islâmico, a fim de libertar todos os reféns”, disse Edward, ressaltando que em outubro, 180 reféns estiveram perto de serem executados, mas as negociações continuaram.
A Agência Assíria de Notícias Internacionais publicou, na quarta-feira, uma lista com o nome dos 98 reféns libertados ao longo das negociações, e a cronologia dos eventos.
Segundo a agência, existem 158 cristãos assírios da região de Khabur sob o domínio dos terroristas, além de outros 185 da região de Qaryatain.
Um padre sírio que foi mantido refém pelo Estado Islâmico junto com outros cristãos durante meses afirmou que a pressão dos terroristas é enorme para que eles se convertam ao islamismo, mas que todos se recusam.
“Os cristãos foram frequentemente questionados sobre sua fé e sobre a doutrina cristã, mas eles não se convertem ao islamismo, apesar da grande pressão. Eles têm sido fiéis. Esta experiência fortaleceu a fé de todos, inclusive a minha fé como padre. É como se eu tivesse nascido de novo”, declarou Jacques Murad.