O bispo Marcelo Crivella, senador pelo PRB-RJ, vem atuando para barrar o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em processo de avaliação na Câmara dos Deputados. A postura, pessoal, é contrária à adotada por seu partido, que rompeu oficialmente com o governo federal com anuência do líder da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Edir Macedo, seu tio.
De acordo com o jornalista Guilherme Amado, de O Globo, Crivella quer que os colegas parlamentares na Câmara desistam da ideia de votar a favor da destituição da presidente, de quem foi ministro da Pesca no mandato anterior.
“Ex-ministro de Dilma e amigo de Lula, Marcelo Crivella está empenhado contra o impeachment. Espera reverter seis votos do PRB na Câmara. No Senado, votará contra”, informou Amado.
Outro descontente com a postura do partido era o pastor George Hilton, licenciado de suas funções eclesiásticas na Universal e atual ministro do Esporte. Hilton, para não abandonar o barco de Dilma, saiu do PRB.
Temer no impeachment
Ainda segundo Guilherme Amado, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) apresentou um pedido na Comissão Especial do impeachment para que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) seja ouvido sobre as pedaladas fiscais, que originaram o atual processo. “No requerimento, Braga argumenta que Temer também assinou alguns dos decretos que autorizara as pedaladas”, informou o jornalista.
Enquanto isso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se previne de eventuais contratempos com o atual processo de cassação do mandato de Dilma, e já deixou em compasso de espera o pedido protocolado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na última segunda-feira, 28 de março.
“Cunha não pretende apensar o pedido de impeachment de Dilma Rousseff apresentado pela OAB ao que já está em tramitação na Casa. Ele só deve dar seguimento ao novo pedido depois que a comissão que já analisa o outro, apresentado por Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Pachoal, votar seu parecer. A ideia é manter a petição da OAB como carta na manga caso a Câmara aprove o impeachment e o Senado não”, informou Vera Magalhães, no Radar Online da Veja.