O grupo inglês Christian Solidarity Worldwide criticou a aprovação de uma resolução das Nações Unidas e adverte que esta pode ser usado abusivamente por alguns países para silenciar comunidades religiosas.
A resolução de “Luta contra a Difamação da Religião” recebeu a aprovação do Conselho dos Direitos Humanos, com 23 votos a favor, 11 votos contra e 13 abstenções.
A resolução foi aprovada apesar da enorme oposição da parte de organizações dos direitos humanos. A CSW foi uma das mais de 180 ONGs do mundo inteiro a apelar aos governos, na semana passada, para a rejeição da resolução proposta pelo Paquistão.
Uma declaração conjunta emitida pelas ONGs alertou que “as resoluções para a difamação das religiões podem ser usadas em alguns países para silenciar e intimidar os activistas dos direitos humanos, dissidentes religiosos, e outras vozes independentes.”
Falando antes do início da votação, o delegado canadiano do Conselho dos Direitos Humanos manifestou a sua preocupação com a resolução, afirmando: “Nós temos dificuldade… com pedidos para a protecção das próprias religiões, em vez de a defesa e a promoção dos direitos dos crentes das religiões, incluindo pessoa pertencentes a minorias religiosas. São os indivíduos que têm direitos, e não as religiões.”
A CSW afirmou temer que a aprovação da resolução viesse a fortalecer os esforços da Organização da Conferência Islâmica para colocar a “difamação da religião” no centro das discussões da Conferência das Nações Unidas de Revisão de Durban, a ter lugar em Genebra, no mês de Abril.
A Directora de Advocacia da CSW, Alexa Papadouris, disse: “Infelizmente, estas resoluções procuram minar os próprios princípios que ainda no passado mês de Dezembro estávamos a celebrar, com o 60 º aniversário da adopção da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
“Elas atacam a liberdade de expressão e a liberdade de religião e procuram proteger governos poderosos em detrimento dos indivíduos frequentemente impotentes.
“Por isso, apelamos aos governos que rejeitem a difamação da religião, sob qualquer forma que assuma na conferência do próximo mês, em Genebra, e reafirmamos a protecção dos crentes religiosos através da actual lei internacional de direitos humanos.”
Fonte: Diário Cristão / Gospel+