Uma reportagem do Correio Braziliense listou uma série de parlamentares como suspeitos de participar de um esquema de uso ilegal dos recursos da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), a verba indenizatória da Câmara Federal. Entre os parlamentares citados estão nove deputados da Bancada Evangélica.
Citado pelo jornal como “Escândalo do Cotão”, o esquema envolve empresas de ex-assessores do deputado federal e pastor Silas Câmara, que teriam sido utilizadas em um suposto esquema com participação de 15 parlamentares.
As empresas Cracia Assessoria e Direct Voice Marketing, segundo o jornal, serviam de empresas de fachada e teriam sido montadas apenas para esconder a origem ilícita de recursos financeiros. A Direct Voice Marketing recebeu aproximadamente R$ 581 mil no mesmo período, e atua com “serviços de divulgação”. Já a Cracia Assessoria faturou em 2013 cerca de R$ 643 mil, tendo como atividade principal a locação de veículos a parlamentares. Uma das coisas que chama a atenção em relação à Cracia é que, apesar dos altos valores recebidos por aluguel de veículos, a empresa possui apenas dois carros registrados no DETRAN-DF.
A Direct Voice foi fundada em 2006 e pertence a Tatiana Arcanjo Nascimento e Emilia Arcanjo Nascimento, que tem uma longa relação com Silas Câmara. Ela ingressou na Casa em 2005, como assessora do ex-deputado e pastor Pedro Ribeiro (PR-CE) e depois atuou no gabinete de Silas Câmara, de onde foi exonerada em maio de 2010.
Os deputados evangélicos citados na lista de suspeitos são Marcelo Aguiar (DEM-SP), João Campos (PSDB-GO), Roberto de Lucena (PV-SP), Silas Câmara (PSD-AM), Antônia Lúcia (PSC-AC), Liliam Sá (PROS-RJ), Hidekazu Takayama (PSC-PR), Erivelton Santana (PSC-BA) e Zequinha Marinho (PSC-PA).