Inaugurado com um alvará provisório emitido pela gestão de Fernando Haddad (PT) e 13 dias antes de sua abertura, o Templo de Salomão esteve envolvido em uma série de polêmicas em torno da regularidade de sua construção. Em meio a várias denúncias de irregularidades, a prefeitura de São Paulo agora quer exigir da Igreja Universal a construção de 3.500 moradias populares para regularizar o templo.
O inquérito instaurado pelo promotor de Justiça Maurício Antonio Ribeiro Lopes está apurando algumas supostas irregularidades, como o fato de a Igreja ter sido construída com base em um alvará de reforma.
A construção das casas populares é uma contrapartida sugerida pela Secretaria de Licenciamento em documento já enviado ao Ministério Público Estadual, que investiga a construção do templo desde fevereiro, e diz respeito à regra de zoneamento que teria sido burlada pela Universal na construção deste que é agora o maior espaço religioso do país, com 100 mil m² de área construída.
Segundo o Ministério Público, a área onde o templo foi construído foi definida pelo Plano Diretor de 2004 como Zona Especial de Interesse Social (Zeis). Por isso, a área deveria ser reservada à construção de moradias populares, o que não ocorreu.
Segundo o UOL, sob pressão da bancada evangélica, os vereadores da cidade regularizaram o espaço durante a votação do novo Plano Diretor em 30 de junho deste ano, quando ficou definido que a área não mais seria classificada como Zeis, em uma tentativa de anistiar a Universal.
Apesar das manobras políticas, a prefeitura foi acionada pela Promotoria de Habitação e agora quer assegurar que a Igreja Universal oferecerá as contrapartidas sociais que deveriam ter sido cobradas em agosto de 2008, quando a igreja protocolou o pedido oficial para a construção do Templo de Salomão.