O deputado evangélico Marcel van Hattem, da Câmara federal, voltou a criticar a condução das investigações do 8 de janeiro por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que o Brasil já vive um estado de ruptura institucional e de exceção.
A declaração do parlamentar ocorreu durante uma coletiva de imprensa no Congresso Nacional, esta semana, quando mais de 55 advogados foram ao Parlamento para denunciar o que consideram abusos jurídicos por parte do regime em vigor no país.
“Até mesmo a sustentação oral, momento sublime para a defesa, foi suprimida do processo. Estamos defendendo o direito de defesa”, criticou o advogado Bruno Jordano, um dos defensores dos presos pelos protestos em 8 de janeiro.
O defensor lembrou que “todos os cidadãos têm o direito de ser ouvido, mas essas pessoas foram silenciadas. O devido processo federal precisa ser preservado.”
Van Hattem, por sua vez, que já chegou a pedir o impeachment do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ocorrido em 8 de janeiro, acusou Alexandre de Moraes de dispensar um tratamento diferente para os presos em decorrência dos protestos daquele dia.
“O que estamos vendo o ministro Alexandre de Moraes fazer em relação aos presos dos ataques aos Três Poderes é inaceitável”, postou o parlamentar nas redes sociais. “Moraes tem tratado essas pessoas – inocentes ou culpados, não importa -, como subumanos, animais!”.
Violações humanas?
De acordo com o deputado evangélico, os presos do 8 de janeiro estariam sendo tratados de forma mais severa até mesmo que “assaltantes e estupradores”, já que os seus advogados, segundo o parlamentar, vêm tendo as “suas prerrogativas desrespeitadas”.
“Hoje vemos assaltantes e estupradores terem seus direitos garantidos, mas não ocorre o mesmo para os presos de 8 e 9 de janeiro. A defesa está sendo cerceada, advogados têm suas prerrogativas desrespeitadas, e até mesmo pedidos para que juntas médicas avaliem os presos têm sido negados pelo ministro”, protestou van Hattem.
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