Encontrado com o corpo carbonizado em 1° de março na região de Itapecerica da Serra, a morte do ator Yago França se tornou um caso inicialmente cercado de mistérios. Agora, segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), sabe-se que o jovem de 29 anos foi assassinado em um ritual demoníaco.
A revelação é fruto das investigações que tiveram início a partir de um Inquérito Policial instaurado pelo Setor de Homicídios de Proteção à Pessoa de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde Yago França morava.
O crime teria sido motivado porque um amigo do ator, chamado José Henrique Silva Santos, de 30 anos, que se apresentava como a drag queen Lunna Black, não quis lhe pagar uma dívida de R$ 40 mil, fruto de cachês recebidos por apresentações que vinha fazendo com Yago.
Incomodado com a dívida, a drag Lunna Black fez uma consulta com o pai de santo Lucas Santos de Souza, de 33 anos, líder de um terreiro de umbanda na zona sul paulistana, onde teria sido aconselhado a “se livrar” de Yago, segundo informações repassadas pelo Cristiano Sacrini, em coletiva de imprensa.
Com base na orientação do pai de santo, Lunna Black aceitou a proposta de pagar R$ 10 mil pelo assassinato de Yago França. O suspeito de ter sido o encarregado da execução seria Robson Pereira Felipe, namorado do líder religioso do terreiro.
O crime
No dia do assassinato, Yago, que além de ator e drag também era tarólogo, foi atraído ao terreiro por Lunna Black. Ele não fazia ideia, contudo, que era o alvo de uma trama criminosa envolvendo a prática de ritual demoníaco.
Filho único, no dia do crime ele disse aos seus pais que iria se reunir com os amigos, mas que chegaria mais tarde. Essa, infelizmente, foi a última vez que o rapaz teve contato com os parentes.
De acordo com as autoridades, a morte do ator se deu de forma cruel. “A vítima se encontrava viva quando seu corpo foi queimado, vindo a óbito por asfixia que antecedeu-se à carbonização praticamente total do corpo”, diz um trecho do documento sobre o caso, segundo o Metrópoles.
Com Yago França já morto, os criminosos posicionaram símbolos religiosos ao redor do seu corpo, “após ritual demoníaco”, disse o promotor de Justiça João Augusto de Sanctis Garcia.
Reações
Com a repercussão do caso, a drag Lunna Black chegou a vir a público lamentar o ocorrido. “Desde seu desaparecimento os dias tem sido estranhos, confusos e tristes 😭 receber a notícia de sua partida não é algo fácil. Mais que amigos, irmãs. Quantas aventuras, histórias, dores e alegrias nós compartilhamos”, postou o acusado.
José Henrique e Yago se conheciam desde 2016, e desde então passaram a fazer apresentações como drag queens juntos. Amigos do ator, também de acordo com o Metrópoles, chegaram a desconfiar de José quando ele esteve no enterro do “amigo”.
“Ela começou a entrar em contradição e sumiu. Ela só apareceu de novo quando o corpo do Yago foi sepultado, olhando de longe”, disse uma testemunha. Nas redes sociais da drag queen Lunna Black, preso desde 17 de abril, assim como os demais acusados, inúmeros internautas fizeram críticas.
“E ainda tem coragem de postar nas redes sociais que está de luto. Mas tu vai pagar por tudo que fez, se não nessa vida, no pós vida! DEUS é amor, mas também é justiça!”, reagiu um usuário do Instagram. Outro, postou: “Que você pague pelo crime e sinta na pele exatamente a dor que você proporcionou a ele”.