Desde que foi eleito o pontífice máximo da Igreja Católica, o papa Francisco tem quebrado protocolos repetidas vezes, externando ao mundo sua simplicidade.
Entre as principais mudanças feitas por ele em relação a seu antecessor Bento XVI, destaca-se o uso do Anel do Pescador de prata, banhado a ouro. Os papas anteriores sempre usaram o ouro como o metal de seus anéis.
Nos dois últimos dias, após a missa inaugural de seu pontificado, Francisco tem recebido chefes de estado como parte das formalidades que regem o início do papado. Na terça-feira, quando esteve com a presidente argentina Cristina Kirchner, Francisco recebeu a mandatária para uma conversa e, ao se despedir, beijou-a no rosto.
Na Argentina, a repercussão do fato foi entendida como um gesto de carinho, porém, para a consultora de etiqueta Eugenia de Chikoff, o papa Francisco abusa dos gestos de simpatia: “O Papa sai completamente do protocolo e isso para mim é muito ruim. É preciso manter um pouco de distância, é possível ser carinhoso sem beijar as pessoas e se misturar com o público é uma imprudência incrível, um perigo. Queremos um Papa que dure muitos anos. Se continuar escapando assim, será um grande perigo”, disse, em tom de crítica.
Eugenia no entanto, demonstrou não saber diferenciar muito bem sobre o que é liturgia católica e o que é histórica bíblica: “Uma coisa é bondade e outra é imprudência. Francisco é o represente máximo de Deus na Terra e não pode dar beijos ou ser extremamente familiar. Não pode seguir o protocolo que quiser, porque foi Deus que, ao entregar a tábua com dez mandamentos, criou o protocolo e o Papa deveria cumprir”, afirmou, segundo informações do portal Terra.
Entre os chefes de estado recebidos pelo papa estava a presidente Dilma Rousseff, que revelou ter recebido de Francisco a promessa de visitar a cidade de Aparecida do Norte, no interior de São Paulo, após a Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no Rio de Janeiro no próximo mês de julho.
“O papa é extremamente carismático e tem um compromisso com os pobres, o que torna a relação com o Brasil muito importante porque o governo brasileiro vem, nos últimos anos, focando a questão da superação da pobreza”, afirmou a presidente, de acordo com a BBC.
Na saída, Dilma concedia uma entrevista coletiva à imprensa quando foi abordada por uma repórter argentina. De bom humor, a presidente brincou com a repórter: “Vocês, argentinos, têm muita sorte. A gente sempre diz: o papa é argentino, mas Deus é brasileiro”, disse.
Ontem, 20 de março, o papa Francisco recebeu no Vaticano, diversos representantes das principais religiões do mundo, e afirmou que pretende trabalhar na construção de um diálogo inter-religioso: “A Igreja Católica é consciente da importância da amizade e do respeito entre os homens e mulheres das diferentes tradições religiosas… Desejo assegurar minha firme vontade de prosseguir com o diálogo ecumênico”, definiu.
Antes de se tornar papa, o cardeal Jorge Mario Bergoglio já havia participado de eventos na Argentina, com presença de evangélicos, e inclusive, aceitou receber oração de pastores pentecostais.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+