A presença do secularismo em produções da Disney vem se tornando cada vez maior e agora a empresa, novamente, mostra seu desprezo pelas tradições ao estabelecer como norma uma política que pretende limitar ao máximo expressões religiosas ou menções à fé de forma específica.
No Brasil, o Disney Channel virou assunto recentemente de uma reportagem da jornalista Cristina Padiglione, do O Estado de S. Paulo, por conta da determinação de mudança na forma de tradução de termos ligados às religiões, mesmo que sejam simples ou genéricos.
De acordo com Padiglione, termos como “credo”, “cruzes” e outros passaram a ser alterados, ganhando expressões equivalentes sem referências à fé, nas dublagens e traduções de séries e filmes para o Brasil. Até mensagens como “Feliz Natal” tem sido trocadas por “Boas Festas”, por exemplo.
Em comunicado, a direção do Disney Channel afirmou que “o conteúdo do canal procura ser relevante para as crianças e famílias de todo o mundo, refletindo a diversidade e a inclusão”, admitindo que a mudança é intencional.
“Sempre que possível buscamos ampliar nossas expressões a fim de integrar o maior número de pessoas. Entretanto, toda vez que o conteúdo nos pede especificidade, não deixamos de utilizar expressões que sejam relacionadas à religião, como ‘Natal’ ou ‘Hanukkah’, ou hábitos culturais”, acrescentou a nota.
Secularismo
Há poucos meses a Disney foi alvo da fúria de lideranças conservadoras no Brasil e no mundo por conta da exibição do primeiro beijo gay em um desenho infantil e pela postura ativista adotada na caracterização de um personagem do remake do filme A Bela e a Fera.
A gigante do entretenimento infantil abraçou o ativismo LGBT e exibiu, no desenho Star vs. as Forças do Mal, veiculado no canal Disney XD, uma cena em que dois casais homossexuais se beijam.
Já em A Bela e a Fera, o longa-metragem chegou aos cinemas cercado de polêmica por conta da escolha de narrar, paralelamente à história principal, um romance gay. O personagem LeFou, interpretado pelo ator Josh Gad, é apresentado como alguém com trejeitos femininos. Ele é um criado do protagonista, Gaston (Luke Evans), e tem admiração pelo patrão.
Essa postura motivou boicotes à empresa em vários lugares do mundo, incluindo o Brasil, críticas de lideranças cristãs e irritação de entusiastas com a manifestação de reprovação dos conservadores.