A narrativa da esquerda ao redor do mundo parte sempre dos mesmos princípios: desqualificar opositores atacando-os em âmbitos alheios ao debate, como forma de silenciar seus argumentos. Esse cenário se repetiu na última segunda-feira, 14 de janeiro, quando o ditador venezuelano atacou as igrejas evangélicas brasileiras.
Nicolás Maduro, que recentemente tomou posse para um novo mandato – não reconhecido por Brasil e Argentina – afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) é um “Hitler dos tempos modernos” que chegou ao poder com a ajuda de seitas.
“Temos o Brasil nas mãos de um fascista. Bolsonaro é um Hitler dos tempos modernos. É isso. O que não tem é coragem e decisão próprias, porque é um fantoche desses grupos [evangélicos]. Bolsonaro saiu de uma seita”, disse o ditador.
O sucessor de Hugo Chávez, que vem ficando marcado como o responsável pelo encolhimento econômico da Venezuela e também pelo êxodo dos cidadãos do país, acrescentou ainda que “Bolsonaro saiu de uma seita, que por muitos anos esteve conspirando até que posicionaram”, de acordo com informações do jornal Gazeta do Povo.
“Logo o povo brasileiro se encarregará dele. Deixemos a tarefa de Bolsonaro ao belo povo brasileiro, que lutará e se encarregará dele”, acrescentou Maduro, numa fala que pode ser entendida como uma referência ao atentado sofrido pelo presidente em Juiz de Fora (MG), quando Adélio Bispo de Oliveira o esfaqueou.
O discurso de Maduro, feito na Assembleia Constituinte, tinha a plateia “composta pelos fantoches do chavismo”, segundo o portal O Antagonista. “O Brasil é um dos países da América Latina que não reconhecem o ‘novo mandato’ do ditador, obtido em eleições sem a presença da oposição e realizadas sob acusações de fraude”, acrescentou a reportagem.
O tom agressivo e detrator se assemelha ainda ao adotado pelo candidato derrotado Fernando Haddad (PT) contra o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Edir Macedo, após sua decisão em apoiar Bolsonaro nas eleições passadas.
Na ocasião, o ex-ministro da Educação referiu-se a Macedo como alguém faminto por dinheiro: “Sabe o que é o Bolsonaro? Ele é o casamento do neoliberalismo desalmado, representado pelo Paulo Guedes, […] com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo. Isso é o Bolsonaro”, disse Haddad, que terminou condenado a indenizar o bispo líder da Igreja Universal.