O primeiro turno das eleições foi marcado por um total de 16 mil irregularidades, de acordo com informações repassadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelos próprios eleitores, a maioria delas através de um aplicativo para smartphones desenvolvido para esse fim.
Ao todo foram recebidos pelo TSE 16.169 denúncias de atos irregulares cometidos por candidatos e apoiadores. A ferramenta disponibilizada pela Justiça Eleitoral, o aplicativo Pardal, foi responsável por reportar 11.019 relatos de irregularidades.
Segundo informações do portal R7, o app Pardal foi lançado pelo TSE em 2016 e atualizado para as eleições 2018 com o propósito de permitir aos cidadãos uma atuação como fiscais da campanha e também combaterem a corrupção eleitoral.
Dentre as funcionalidades do app estão a possibilidade de fazer denúncias de propaganda de rua irregular, compra de votos, uso da máquina pública, crimes eleitorais, doações e gastos na campanha. Cada um dos relatos feitos no Pardal são apurados pela Justiça Eleitoral e pelo Ministério Público Eleitoral (MPE).
As possíveis irregularidades nos programas eleitorais de rádio e televisão, além de infrações relacionadas aos candidatos a presidente e vice-presidente da República, não são processadas pelo Pardal e devem ser encaminhadas ao MPE diretamente.
Crimes
A legislação eleitoral continua sendo amplamente desrespeitada, e a região com maior número de denúncias de crimes foi o Nordeste, com 5.937, o que soma 36,7% do total de denúncias feitas através do aplicativo.
Da Região Sudeste saíram 4.511 registros, sendo 2.379 de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país; No Sul, os eleitores relataram outras 2.338 denúncias; No Centro-Oeste, 2.040; e na região Norte, 1.343.
Ao todo, o TSE recebeu 307 denúncias de compra de votos, feitas pela população, sendo 30 de Pernambuco, 29 de São Paulo e 23 do Distrito Federal. Na última segunda-feira, 08 de outubro, a Polícia Federal realizou, em Roraima, a Operação Cheque Benefício, para desarticular um esquema de compra de votos em troca de benefícios previdenciários.
As denúncias também abrangeram outros crimes eleitorais em geral (2.477), assim como 1.007 acusações de uso da máquina pública em favor de candidatos ou partidos e 107 suspeitas de mau uso de doações e excesso nos gastos de campanha, além de 1.252 registros de atos eleitorais irregulares.