A Operação Timóteo foi desencadeada na última sexta-feira, 16 de dezembro, como parte das investigações de um esquema de corrupção que envolvia o desvio de royalties da exploração de minério, e a presença do nome do pastor Silas Malafaia causou alvoroço na imprensa.
Em uma entrevista concedida na tarde do dia 16 à Rádio Gaúcha, Malafaia expressou sua revolta com a determinação de condução coercitiva por parte da Justiça e negou que soubesse que o valor doado a ele por um advogado em 2013 teria origem no esquema agora investigado.
“É necessário, a Polícia Federal ou o juiz que determinou isso, obrigar uma condução coercitiva de uma pessoa que é pública, porque recebe um cheque e então deposita? Seja lá [o ofertante] bandido, traficante, assassino, sei lá o quê… é uma tentativa de me desmoralizar. Essa é que é a verdade”, disse Malafaia, aos gritos.
De acordo com Malafaia, a tentativa de desmoralizá-lo fica evidente no fato de que a postura da força-tarefa que investiga o caso foi diferente com o pastor da igreja onde o advogado suspeito é membro, já que seu depoimento foi colhido sem a necessidade de condução coercitiva.
“Soube que a Polícia Federal foi na igreja do [pastor] Michael Aboud. Esse cara é membro da igreja dele, dá oferta… O que eu tenho a ver [para] tentarem me vincular com quadrilha de royaltie?”, questionou.
“O problema […] é minha reputação. Eu quero saber se a imprensa vai me chamar para uma entrevista [para esclarecer os fatos]? Vocês estão sendo bacanas, me dando o direito de falar. [A notícia] está em tudo que é jornal desse país… Eu vivo de reputação, meu amigo. Isso é uma canalhice, bandidagem”, disparou.
Questionado sobre quem seriam as pessoas interessadas em manchar sua reputação, o pastor interrompeu o apresentador: “Você está de brincadeira. Eu estou metendo o pau nessa questão de abuso de autoridade, dizendo que todo mundo tem que estar debaixo disso. Eu estou vendo a resposta, o resultado. Eu gravei um vídeo dizendo que temos que ter uma Justiça forte, independente, mas não absoluta”, frisou.
Convidado a jurar que não estava envolvido, Malafaia disse: “Eu não preciso jurar por Deus porque eu tenho integridade. Eu não sou moleque, não sou bandido. Claro que não é dinheiro de corrupção. Eu declaro aqui, em nome do Deus que eu creio, que eu sirvo, eu não recebi nenhum dinheiro de bandido, nem de ladrão. Que conversa é essa? Já que você está me pedindo, estou declarando em nome de Jesus, do Deus que eu creio”.
Ouça a entrevista do pastor Silas Malafaia à Rádio Gaúcha: