Uma escola pública proibiu um menino de 7 anos que parasse de ler a Bíblia durante o almoço e compartilhar versículos com os colegas, e chamaram a Polícia para que a medida fosse cumprida.
Os pais do jovem estudante foram surpreendidos por uma visita da xerife em sua casa, a pedido da direção da escola, para que fosse garantido que o filho deles não lesse a Bíblia ou compartilhasse a mensagem com outros alunos.
“Esta é uma violação clara e flagrante dos direitos de uma criança”, disse Horatio Mihet, um advogado da entidade Liberty Counsel, que está representando o menino, matriculado na escola Desert Rose Elementary School, em Palmdale , Califórnia (EUA), e seus pais, Christina e Jaime Zavala.
Tudo começou, segundo informações da Fox News, quando Christina tomou a iniciativa de incluir um versículo bíblico e um recado com mensagem encorajadora no pacote com o lanche que seu filho levava para a escola. Na hora do almoço, ele contava para os amigos qual era o versículo e a mensagem escrita por sua mãe, lendo em voz alta.
Não demorou muito para que as crianças pedissem cópias dos recados escritos pela mãe do aluno. No dia 18 de abril, uma professora chamou Christina à escola e disse que seu filho não poderia mais compartilhar os versículos da Bíblia porque ele não estava “autorizado a compartilhar essas coisas na escola”.
O Liberty Counsel informou que a escola permitiria apenas a criança distribuir os versículos da Bíblia fora do portão da escola – depois do horário das aulas. A professora havia salientado que o menino “não podia mais ler ou compartilhar versículos ou histórias da Bíblia no almoço” – citando como motivo a “separação da Igreja e do Estado”.
Para evitar maiores confusões, os pais do aluno decidiram acatar o pedido da professora, porém, no dia 09 de maio, menos de dois meses depois, o diretor da escola decidiu implementar uma proibição completa sobre o compartilhamento de versículos da Bíblia.
A entidade Liberty Counsel alega que o menino foi condenado a deixar de entregar as notas porque “foi contra a política da escola”. O diretor disse ao menino e ao pai para que o compartilhamento fosse feito na calçada, e eles acataram o pedido.
Não bastasse isso, algumas horas depois, a Polícia foi à casa da família: “O vice-xerife disse que tinha sido enviado pela escola. O policial passou a dizer aos pais que a escola estava preocupada de que alguém pudesse ser ofendido pelos versículos da Bíblia”, afirmou o advogado do Liberty Counsel, Richard Mast.
Mast frisou que o policial foi cortês e educado, e não entregou nenhum tipo de intimação e adotou uma postura de pacificação. No entanto, os pais do aluno sentiram que seu direito estava sendo violado.
“Foi ultrajante e deve impressionar a consciência de todo americano amante da liberdade”, disse Horatio Mihet. “Aparentemente, todos os criminosos reais foram tratados em Palmdale – e agora eles estão indo atrás de crianças que compartilham versos da Bíblia durante a hora do almoço”, prosseguiu, adotando tom sarcástico.
O colunista Todd Starnes comentou que procurou a direção da escola, mas não obteve retorno, e o superintendente do distrito escolar de Palmdale, Raul Maldonado, afimrou que o assunto está sendo revisado com a ajuda de consultores jurídicos.
“Posso confirmar o entendimento do Distrito de que um membro do departamento do xerife visitou a casa. No entanto, o Distrito ainda não tem uma posição quanto à natureza específica desse compromisso”, afirmou Maldonado, sem responder quem foi que pediu a ida da Polícia à casa da família.
“O Distrito continua empenhado em garantir um ambiente em que todos os alunos, independentemente da afiliação ou crença religiosa, sejam livres para aprender e alcancem todo seu potencial”, acrescentou.
Starnes comentou, em seu artigo para a Fox News, que a situação parecia mais uma “estratégia para intimidar a família Zavala”.
“Esperava-se algo desse tipo na Romênia comunista – onde fui à escola primária – mas não que policiais intimidem os jovens de 7 anos que querem falar sobre Jesus na terra dos livres”, desabafou o advogado Mihet, acrescentando que os estudantes não conferem seus direitos constitucionais na porta da escola.
“Se os alunos tiverem permissão para desmarcar cartões de aniversário ou de falar sobre o Superman e o Capitão América no almoço, eles não podem ser proibidos de compartilhar versículos da Bíblia e discutir sua fé durante seu tempo livre e não instrutivo”, acrescentou Mihet .
A entidade Liberty Counsel está exigindo que a escola deixe de suprimir e censurar o discurso religioso dos estudantes. E se a escola optar por manter a postura, será processada na esfera federal. “E para uma boa medida – só podemos esperar que Liberty Counsel use um vice-xerife para entregar o processo para o diretor da escola”, comentou Starnes.