O filme Mulher Maravilha tornou-se o centro de muitos debates nas redes sociais, por muitos militantes do feminismo verem nele uma bandeira de seu movimento, já que a protagonista é “poderosa” e independente. No entanto, uma escritora cristã disse que a figura fictícia é, na verdade, uma paráfrase de Jesus Cristo.
O filme produzido pela DC Comics em parceria com a Warner Bros. conta a história da personagem de histórias em quadrinhos que é filha de Zeus – deus da mitologia grega – e uma rainha amazona – mulheres guerreiras da mesma mitologia. Gal Gadot, a atriz que dá vida à personagem, é judia, nascida em Israel e com nome de batismo em hebraico (גל גדות).
Para a escritora M. Hudson, Diana Prince ocupa, na narrativa, a posição de Jesus, filho de Deus, pois ela foi concebida para derrotar Ares, o deus da guerra que representa o mal. Junte-se a isso, o ponto em que a jovem amazona decide deixar o paraíso onde vive, chamado de Temiscira, para vencer seu inimigo e trazer paz aos homens.
Além disso, em sua jornada de crescimento, Diana, enquanto se apresenta como humana, dedica-se a ensinar às pessoas com quem se encontra a bondade e compaixão, e quando se revela como deusa, usa seus poderes para superar obstáculos, proteger indefesos e conduzir os aliados à vitória contra o mal.
“O filme Mulher Maravilha conta a história de Cristo, e é óbvio, pelas decisões da diretora Patty Jenkins, que isso foi algo planejado desde o início”, escreveu M. Hudson, no portal The Federalist.
Hudson, que é mórmon, destaca ainda que o encontro entre Diana e Ares traz mais uma semelhança entre a Mulher Maravilha e Jesus, pois no diálogo, ela deixa claro que não irá parar até vencer o mal e redimir as pessoas que estavam sob sua influência. Instantes antes de derrotá-lo, ela é tentada a se juntar a ele, como Jesus foi abordado por satanás no deserto.
“É verdade que o filme vem embalado numa mitologia grega artificial, mas não há dúvida sobre a cristologia aqui. Para garantir que o expectador entenda a mensagem, o diretor de fotografia usa cenas para praticamente jogar na cara essas referências, como o momento em que Diana desce lentamente ao chão na posição da cruz”, comentou.
Preferências
M. Hudson observa que a sociedade contemporânea, afeita ao secularismo, não tolera a mensagem do Evangelho com sua embalagem tradicional, por preconceito, mas aplaude seus princípios quando exposta de forma lúdica, como no filme Mulher Maravilha.
“A evidente cristologia do filme Mulher Maravilha é ainda mais notável quando consideramos […] o crescente sentimento antirreligioso em nossa sociedade cada vez mais secularizada”, comentou. “Mas está tudo bem, como Diana e Cristo nos diriam. Cristo ama e acredita em nós apesar de tudo, e lutará do nosso lado até o último homem – assim como a Mulher Maravilha”, conclui a escritora em seu artigo para o The Federalist.