Apesar da preocupação que muitos pais nutrem com relação ao que seus filhos assistem na TV, pela internet e celular, alguns acreditam que podem ficar descansados ao disponibilizar para os filhos a programação com classificação indicativa para menores, os serviços “kids”, disponível em plataformas como Netflix, Prime Video, entre outras.
Mas, infelizmente, a realidade não é exatamente o que parece. Isso porque, de acordo com a especialista Melissa Henson, vice-presidente do Parents Television and Media Council (Conselho de Televisão e Mídia dos Pais, em tradução livre do inglês), essas plataformas estão exibindo conteúdos impróprios para menores, mesmo anunciando uma classificação indicativa abaixo dos 18 anos.
Ela citou como exemplo as séries Daisy Jones and the Six, exibida pela Prime Vídeo, e a Stranger Things, disponível na Netflix. “Isso é absolutamente o que está acontecendo”, disse a especialista.
“Tudo é amplificado 10, 20 vezes mais do que você teria visto na transmissão e na TV a cabo. Portanto, há muito mais conteúdo sexual explícito, muito mais nudez e muito mais linguagem chula do que qualquer coisa que vimos antes na transmissão ou na TV a cabo”, sustenta Henson, que está há 25 anos atuando no monitoramento de conteúdos da TV e do cinema.
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Ainda segundo relatos de Henson colhidos pelo Christian Headlines, outro problema encontrado por ele foi a oferta de conteúdo relacionado. Neste caso, são as ofertas de filmes e séries que aparecem na tela quando o usuário pesquisa nas plataformas Netflix, Prime Vídeo e outras.
“Não vejo nenhuma evidência de que isso seja impulsionado pela demanda”, disse ela, afastando a tese de que a oferta dos relacionados seria pela tendência de buscas do próprio usuário.
Para Henson, os pais devem estar em alerta e acompanhar de perto cada programa ofertado nas plataformas Netflix, Prime Vídeo e outras, já que a classificação indicativa nem sempre é compatível com a idade dos menores.
“Na medida em que as crianças estão vendo isso nas telas, e estão vendo crianças que se parecem com elas, e crianças de sua idade falando assim, parece que ‘oh, bem, é assim que as crianças devem falar hoje em dia'”, argumenta a especialista ao se referir ao uso de palavrões nos conteúdos.
“Realmente precisamos fazer um ajuste de contas quando se trata de classificações de conteúdo”, conclui Henson. Veja abaixo outro alerta feito por um grupo de pais sobre uma série acusada de “idiotizar” crianças, na Netflix:
Grupo alerta para erotização infantil na nova série da Netflix, ‘Recursos Humanos’