A Netflix obteve o licenciamento para refazer os filmes de As Crônicas de Nárnia, livros escritos pelo cristão C. S. Lewis, e escolheu Greta Gerwig, diretora de Barbie, para comandar os dois primeiros. E a cineasta afirmou que se sente “intimidada” com a responsabilidade.
Greta afirmou que era fã dos três filmes feitos pela Disney quando era criança e agora, com o desafio de refazer os filmes pela Netflix está sentindo o peso da tarefa: “Estou um pouco aterrorizada porque realmente tenho muita reverência por Nárnia. Eu amava tanto Nárnia quando criança. Já adulta, [conheci] C. S. Lewis como um pensador e escritor. Estou intimidada em fazer isso. É algo que parece digno de ficar intimidada”, afirmou.
Na entrevista, concedida ao programa Today da BBC Radio 4, a cineasta declarou sua preocupação de entender e respeitar o tom particular que os livros carregam como uma expressão da cultura da Grã-Bretanha: “Como não britânica, tenho uma sensação particular de querer fazer isso da maneira correta. É como quando os americanos fazem Shakespeare, há um leve sentimento de reverência e como se talvez devêssemos tratá-lo com cuidado extra. Não é o nosso compatriota”, explicou Greta.
De acordo com informações do portal Christian Headlines, a Netflix carrega muita expectativa em relação ao potencial de As Crônicas de Nárnia, e o presidente da empresa, Scott Stuber, acredita que Greta Gerwig é o melhor nome para conduzir o projeto:
“[Greta] cresceu em uma formação cristã. Os livros de C. S. Lewis são muito baseados no cristianismo. E então começamos a conversar sobre isso. E como eu disse antes, não temos propriedade intelectual, então quando tivemos a oportunidade [de licenciar] esses livros, nós aproveitamos para ter histórias que as pessoas reconheçam, e a oportunidade de contar essas histórias. Então, foi uma grande oportunidade e estou muito feliz que ela esteja trabalhando nisso conosco. E estou muito feliz por fazer negócios com ela. E ela é simplesmente um talento incrível”, comentou Stuber.
A desconfiança sobre o trabalho de Greta Gerwig à frente de As Crônicas de Nárnia é enorme por conta do forte viés ideológico que ela imprimiu no filme Barbie. A avaliação, de jornalistas a pastores, é que o longa-metragem sobre a boneca se resume a um panfleto “anti-homem e agressivamente feminista”, com uma pregação de “ódio gratuito à maternidade” [veja aqui].
Ainda não há data de lançamento estipulada pela Netflix para o primeiro filme, e também não foi revelado qual dos livros da série de C. S. Lewis será a inspiração para a adaptação.
Anteriormente, a Disney adaptou O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (2005), Príncipe Caspian (2008) e A Viagem do Peregrino da Alvorada (2010). Outro livro, A Cadeira de Prata, chegou a ter um roteiro e contratação de um diretor, mas o desenvolvimento não avançou.