A suspensão de cultos em diversos estados do Brasil como parte das medidas de contenção do contágio pelo novo coronavírus foi um dos aspectos mais questionados entre lideranças evangélicas, mas aos poucos, governadores ou a Justiça têm decidido reabrir as igrejas sob regras para garantir condições seguras nas celebrações.
Um dos estados onde houve críticas mais agudas foi Santa Catarina, onde o decreto do governador Carlos Moisés (PSL) proibia inclusive cultos domésticos. A Polícia Militar do estado chegou a invadir uma casa e interromper as orações de uma família, e a repercussão do caso jogou pressão altíssima sobre o mandatário que ocupa a principal cadeira do Centro Administrativo.
No Diário Oficial da última segunda-feira, 20 de abril, Moisés liberou a realização de cultos nas igrejas com lotação máxima de 30% da capacidade dos templos, com assentos espaçados para que os fiéis não tenham contato. Além disso, há a necessidade do uso de máscaras e as igrejas devem disponibilizar álcool em gel para que a higienização das mãos.
O decreto estipula ainda que pessoas do grupo de risco, como idosos ou portadores de doenças consideradas agravantes da Covid-19 não poderão frequentar as celebrações.
No estado de Goiás, o governador Ronaldo Caiado (DEM), tomou medida semelhante, mas com particularidades: autorizou a retomada de celebrações religiosas e o funcionamento de salões de beleza, oficinas mecânicas, lavanderias, concessionárias de veículos e lojas voltadas à construção civil.
Segundo informações da Folha PE, o decreto de Caiado não tem prazo definido e as circunstâncias serão reavaliadas diariamente. Inicialmente, as celebrações religiosas poderão ser realizadas até duas vezes por semana na maior parte do estado, mas dezenove cidades têm regras mais restritivas, com a autorização para realização de cultos apenas uma vez por semana.
No caso do estado do Mato Grosso do Sul, o Tribunal de Justiça do estado (TJ-MS) derrubou liminar que proibia a realização de cultos e missas na capital, Campo Grande. Segundo informações do portal G1, o prefeito Marquinhos Trad (PSD), afirmou que liberará as igrejas para a reabertura sob condição de cumprimento das regras de combate ao novo coronavírus.
A decisão tomada pelo TJ-MS foi divulgada no último dia 18 de abril, e o desembargador Paschoal Carmello Leandro, presidente tribunal, destacou que “neste momento de pandemia a população necessita fortalecer os seus credos, a fim de superar as graves consequências da doença, sob pena de prejuízo à saúde mental e espiritual”.
As regras de combate ao novo coronavírus em Campo Grande foram estabelecidas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), e basicamente reproduzem os cuidados estipulados nacionalmente, recomendando que se evite o contato físico, a higiene das mãos de maneira frequente e o uso de máscaras de proteção ao circular por ambientes públicos.