Um ativista LGBT até agora anônimo se tornou viral no TikTok propondo uma estratégia de censura a quem prega as doutrinas bíblicas que reprovam a homossexualidade. No vídeo, ele diz que é preciso tirar “o poder de fala” dos cristãos que denunciam o pecado, pois as “religiões cristãs” seriam a causa do preconceito contra a militância.
“Fico até engasgado falando disso porque a gente sabe que o grande problema da LGBTfobia no Brasil se chama [sic] religiões cristãs. Esse é o problema que a gente tem”, diz o ativista.
Em uma tentativa de coerção, o rapaz afirma que os cristãos devem isolar pastores que pregam doutrinas bíblicas e censurá-los: “Então, enquanto os próprios evangélicos não começarem a formar um cerco para que essas pessoas percam espaço, percam o poder da fala mesmo, do tipo ‘você não pode fazer esse tipo de coisa’”.
O ativista faz referência à decisão do STF que equiparou o crime de homofobia ao racismo para construir uma narrativa de que a liberdade religiosa dos cristãos seria relativa, e que as mortes violentas de homossexuais são motivadas pela mensagem bíblica:
“Enquanto a lei anti-LGBTfobia não for colocada em prática – porque a lei é muito clara dizendo que a liberdade religiosa não pode ser desculpa para crimes de LGBTfobia – enquanto isso não acontecer, a gente vai continuar tendo quase um LGBT morto por dia por ser LGBT. A gente não vai resolver esse problema”, comentou, sem referenciar dados que comprovem o volume de mortes alegado e o vínculo de causa/consequência com a mensagem cristã.
“Acho que a gente tem que dar nome. O André Valadão não é só errado, ele é um criminoso, dentro da nossa lei. Dentro da lei que o Brasil criou. Esse é o tipo de coisa que, infelizmente, a gente tem que ficar lidando, todos os dias. Quando não é ele, é a irmã”, finalizou, fazendo referência à polêmicas anteriores com Ana Paula Valadão.
Nova estratégia
O pastor Rodrigo Mocellin comentou as afirmações do ativista LGBT afirmando que há uma nova estratégia sendo colocada em marcha para calar o cristianismo: “‘Os próprios evangélicos devem calar’ a gente. Nós somos os cristãos radicais, ‘cristãos xiitas’. Isso é uma nova estratégia. E essa estratégia costuma ser eficaz. Usar a religião para destruir a religião”, alertou.
“Vários filósofos já afirmaram ‘se Deus não existe, não existe certo ou errado’. Mas, se antigamente eles usavam essa estratégia de descredibilizar a Bíblia, agora a estratégia é nova: ‘Não, Deus existe sim, mas Ele é amor e aceita tudo, me aceita como eu sou’. E essa estratégia é muito sedutora e tem seduzido pastores e muitos cristãos. Mas é uma mentira, basta ler a Bíblia”, explicou o pastor da Igreja Resgatar, de Guaratinguetá (SP).
Em sua resposta ao ativista, Mocellin enfatizou que todo argumento apresentado no vídeo não é verdadeiro: “Segundo esse rapaz há uma lei que proíbe a nós, cristãos, de expressarmos nossas convicções religiosas. Ele está mentindo! […] A lei que criminaliza homofobia garante a liberdade religiosa. O STF assegurou o direito religioso de expressarmos nossas convicções religiosas desde que não se configure discurso de ódio”.
“O próprio STF explicou o que é discurso de ódio: incitar a violência, a discriminação – por exemplo, dizer que um gay é menos humano. Isso é tão verdade, que nós cristãos podemos expressar as nossas convicções a partir da Bíblia, que eu fui processado por dizer que homossexualismo é pecado e eu ganhei”, acrescentou Mocellin.
Confira a íntegra do vídeo do pastor: