A professora evangélica Élida Hederick ficou conhecida em todo o país depois da Rio +20, conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente, por abrigar em sua casa a funcionária do Ministério da Educação do governo do Níger, Hadijatou Aboucabar Anadou, que havia ficado presa no país depois de ter seus documentos roubados. Agora, a professora concorre ao “Prêmio Faz Diferença”, que reconhece gestos de solidariedade.
Em uma entrevista cedida ao Verdade Gospel Élida, que é membro da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo na Penha (RJ), falou de como ajudou Hadijatou, e de como esse ato mudou a forma com que enxerga a pregação cristã.
– Hoje eu entendo que a gente não precisa saber pregar ou cantar para levar a Palavra de Deus ou para falar do amor de Jesus para ninguém. A gente pode fazer isso com pequenos gestos – afirmou a professora, emocionada.
O “Prêmio Faz Diferença” é uma iniciativa das organizações Globo. Com o patrocínio da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o prêmio chegou à décima edição, e tem como objetivo homenagear os brasileiros que contribuíram, com seu trabalho e seu talento, para mudar o país.
Assista na íntegra a entrevista:
Conheça o perfil dos três candidatos ao prêmio (dados do site oficial do prêmio):
Elida Hederick Vieira
A professora Elida Hederick Vieira, que abrigou em sua casa a nigerina Hadijatou Anadou, que tinha sido furtada e perdeu passaporte e dinheiro durante a Rio +20. Elida viu Hadijatou aos prantos no aeroporto depois de ter sido impedida de embarcar de volta para o seu país. Sem pensar duas vezes, a levou para sua casa na Penha. Além de abrigar e dar carinho à nigeriana, Elida conseguiu toda a documentação necessária. A funcionária do Ministério da Educação da República do Níger, na África, que veio representar seu país na Rio+20, poderia ter saído do Rio com uma péssima impressão da cidade. No entanto, quando foi embora agradeceu a todos, deixou bilhetes e partiu prometendo voltar à cidade que lhe acolheu com carinho.
Ivan Santana Dório
O médico Ivan Santana Dório, de 65 anos, fez carreira sempre em hospitais públicos. No Miguel Couto, salvou o paciente que chegou ao hospital, onde ele chefia o setor de residência em neurocirurgia, com um vergalhão atravessado na cabeça. Apesar de o ferro ter passado pelo cérebro de Eduardo Leite, o operário, ferido quando trabalhava numa obra, saiu da mesa de cirurgia sem sequelas. De família humilde, o médico, filho de pai vendedor de uma empresa de eletrodomésticos e mãe costureira, superou obstáculos sociais e raciais até se tornar um respeitado neurocirurgião.
Liszt Vieira
Presidente do Instituto Jardim Botânico desde 2003, o advogado e cientista social Liszt Vieira tem travado uma verdadeira batalha para incorporar ao parque área tombada da União, que é ocupada hoje por 621 casas. A autorização para funcionários do instituto construírem casas foi dada, décadas atrás, pela então direção do Jardim Botânico. Só que a situação fugiu de controle. O número de imóveis aumentou e os servidores foram morrendo. Atualmente, apenas cerca de 5% das moradias pertencem a parentes de ex-funcionários da instituição. Liszt fez da luta pela retomada da área uma cruzada. Este ano, diante das tentativas sem sucesso para remover os invasores, chegou a dizer que deixaria o cargo. Depois de uma conversa com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, decidiu ficar, mas não recuou de sua posição. Além da defesa de um bem público, criado por D.João VI há mais de 200 anos, ele quer ampliar o espaço para visitação e expandir as pesquisas do instituto.
Por Dan Martins, para o Gospel+