Um homem que estava a caminho de um culto foi confundido com um assaltante, amarrado e espancado por moradores da região de Grajaú, zona norte do Rio de Janeiro (RJ).
Carlos Santos, 40 anos, evangélico, se dirigia a uma igreja evangélica no bairro quando uma mulher disse que ele era um assaltante. As pessoas na região o amarraram e o agrediram com socos e pontapés.
Os Bombeiros socorreram Santos e o levaram para o Hospital Federal do Andaraí. Quando recebeu alta, ele foi à 20ª DP, de Vila Isabel, prestar depoimento, de acordo com informações do jornal O Dia.
Na conversa com o delegado, Carlos Santos contou que estava confuso e não sabia porque havia sido agredido, e que no momento que passou pelo local onde foi amarrado e espancado, ia visitar uma igreja.
Como ninguém apareceu na delegacia para prestar queixa contra ele, a Polícia presumiu que ele foi confundido com outra pessoa.
Testemunhas disseram à reportagem do jornal que ele gritava muito e parecia estar alterado. A mulher que o acusou se assustou, correu para uma padaria e pediu ajuda. Foi quando os moradores o amarraram e o agrediram.
A Polícia Civil informou que vai investigar o caso e apurar quem são os agressores, fazer buscas, tomar depoimentos e verificar imagens de câmeras de segurança dos estabelecimentos vizinhos.
A esposa de Carlos, Luciene Maria, 34 anos, está grávida de oito meses e lamentou o incidente: “É muita maldade. Meu marido é trabalhador e nunca fez mal a ninguém”, afirmou.
Esse não é o primeiro caso de revolta popular que virou manchete. No dia 20 de julho, Newton Costa Silva, com histórico de problemas psiquiátricos, foi linchado por 15 homens na Favela da Rocinha, na zona sul, e terminou morto. Ele foi torturado e espancado após invadir uma casa vizinha.