A “onda conservadora” que surgiu na Europa e chegou nas Américas continua fazendo efeito. Dessa vez, o país que poderá eleger um chefe de Estado conservador e cristão é a Bolívia. Para isso, os evangélicos do país estão se mobilizando para as eleições que ocorrerão em outubro.
A iniciativa dos evangélicos bolivianos é inspirada no cenário político do Brasil, onde o presidente atual, Jair Messias Bolsonaro, foi eleito graças ao forte apoio dos evangélicos, primeiramente, e dos católicos conservadores.
“Pela primeira vez, as entidades religiosas têm uma identidade legal, com direitos de autodeterminação e independência do Estado”, disse Munir Chiquie, presidente da Associação Nacional de Evangélicos da Bolívia, também conhecida como ANDEB.
Munir comemorou uma decisão tomada no início desse ano, onde o governo da Bolívia de Evo Morarales – já em seu quarto mandato – concedeu maior reconhecimento às igrejas evangélicas, que passaram a adquirir os mesmos direitos da Igreja Católica.
O decreto assinado por Morales foi uma iniciativa estratégica, uma vez que o seu concorrente, Víctor Hugo Cárdenas, tem como vice-candidato Humberto Peinado, que é pastor evangélico da Igreja da Família Cristã em Santa Cruz. A medida, portanto, teve como objetivo aproximar este segmento do governo.
Todavia, a liberdade religiosa dos evangélicos na Bolívia ainda não é plena, por isso os conservadores cristãos veem nas próximas eleições de outubro uma oportunidade para mudar essa realidade.
“As igrejas têm o pleno direito de professar a fé, mas elas também têm obrigações perante o Estado, que deve regulá-las para garantir que a população não seja enganada”, disse Lino Cardenas, Presidente da Comissão Constitucional da Câmara dos Deputados da Bolívia.
A pauta moral também é outro ponto importante. Os evangélicos e conservadores rejeitam a agenda socialista defendida por Evo Morales, de esquerda, a qual advoga a legalização das drogas, do aborto e ideologia de gênero. Com informações: Religion News.