Uma decisão de grande importância para os cristãos evangélicos que vivem na Bolívia foi tomada no mês de abril. Se trata da aprovação da Lei de Liberdade Religiosa que favorece às igrejas evangélicas no país.
Essa lei passa a reconhecer às igrejas evangélicas do país, assim como outras minorias religiosas, como detentores dos mesmos direitos da Igreja Católica, até então a única instituição religiosa legalizada no Estado boliviano.
“Com esta lei, todas as igrejas têm os mesmos direitos, não há nenhuma igreja primária ou secundária como antes”, disse o presidente boliviano, Evo Morales.
Anteriormente a população não podia realizar cerimônias oficiais nas igrejas evangélicas, uma vez que elas eram consideradas “clandestinas”. A tradição católica no país possuía força política.
Todavia, com o crescimento do segmento evangélico, uma vez que ao menos 60% dos convertidos vieram da religião católica (significando que naturalmente eles evangelizam seus familiares e assim por diante), o cenário religioso no país mudou, bem como a formação de novas igrejas.
“Agora existe igualdade”, disse Morales, destacando a mudança no dia-a-dia da população. “As pessoas já não são obrigados a casar ou batizar na igreja católica, agora elas podem se casar e serem batizadas em qualquer igreja.”.
Apesar de obter maior liberdade e o reconhecimento legal pelo Estado, às igrejas serão reguladas no tocante ao aspecto tributário, o que despertou a crítica de alguns líderes religiosos. A medida, no entanto, é defendida por alguns parlamentares.
“As igrejas têm o pleno direito de professar a fé, mas elas também têm obrigações perante o Estado, que deve regulá-las para garantir que a população não seja enganada”, disse Lino Cardenas, Presidente da Comissão Constitucional da Câmara dos Deputados da Bolívia.
Uma das denominações críticas ao projeto que também prevê a regulamentação tributária das igrejas, é a Igreja Presbiteriana, que discorda por acreditar haver “interferência do Estado no direito fundamental à liberdade de religião e de monitoramente em seus recursos econômicos”, informou o Evangelical Focus.