No campo da teologia evangélicos e católicos possuem profundas diferenças, mas existem pontos comuns que também invadem a esfera da moralidade, da ética e da filosofia, de modo que a superação das divergências teológicas em prol da vida humana se torna algo mais importante em dado contexto.
Este é o caso da “Manifestação pela Vida” ocorrida no último sábado (15) em Curitiba, no Paraná, um evento organizado por lideranças evangélicas e católicas do estado, em prol da luta contra a legalização do aborto no Brasil.
A iniciativa surgiu devido a discussão que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possível descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, algo que tem indignado a maioria da população, que é notadamente cristã e contrária ao aborto.
“Onze pessoas não eleitas pelo povo não podem decidir pela vida ou morte das crianças em gestação, sem passar o projeto de lei pelo poder legislativo”, disse o bispo Robson Rodovalho, presidente da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra.
Evento histórico
A união de evangélicos e católicos em uma manifestação pró-vida é um marco histórico no país. Mesmo que indiretamente esse tipo de manifestação já tenha ocorrido em outras ocasiões, dessa vez a participação direta de lideranças das duas igrejas, articulando a mobilização, torna a manifestação reconhecida oficialmente.
Para o bispo Cirino Ferro, do Conselho de Ministros Evangélicos do Paraná, a intenção é que outras cidades repliquem a manifestação, sendo Curitiba uma das primeiras no país a ter essa iniciativa.
O evento contou também com a participação de músicos e o testemunho de uma mãe que desistiu de abortar, além da manifestação das lideranças, segundo a Gazeta do Povo.
Em dado momento o Arcebispo da Igreja Católica de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, que estava presente, colocou um microfone na barriga de uma gestante, tornando audível as batidas do coração do bebê, deixando muitos emocionados.