As lideranças políticas evangélicas creem firmemente que, um dia, um deles será eleito presidente da República no Brasil, como parte de uma evolução natural de sua presença na política. Um vídeo que mostra o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) falando sobre isso voltou aos holofotes essa semana, com a aproximação do segundo turno das eleições municipais.
Crivella, que é um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus em licença do sacerdócio por conta da carreira política, discursou em um evento transmitido ao vivo pela Rede Super, emissora ligada à Igreja Batista da Lagoinha (IBL), e contou um causo ocorrido com o missionário R. R. Soares.
“Outro dia o R. R. Soares me contou que ele foi fazer uma reunião na Índia, e ele estava pregando e a polícia veio. Eles iam prendê-lo. A sorte é que ele tem um avião”, falou Crivella, provocando risos na plateia. “E ele correu para o aeroporto, entrou no avião e foi embora”, disse o bispo.
O causo ocorrido com o missionário da Igreja Internacional da Graça de Deus serviu para contextualizar a preocupação de Crivella com a perseguição religiosa que os cristãos sofrem em sua missão de anunciar a todos o Evangelho.
“Eu gostaria de pedir aos irmãos que orassem por todos nós que estamos na política. Por que, meus irmãos? Porque dinheiro, nós da Igreja, temos. Aviões nós temos […] Eu não sei se será na nossa geração, ou quando será, mas os evangélicos ainda vão eleger um presidente da República que vai trabalhar por nós e por nossas igrejas, e nós vamos cumprir a missão que há dois mil anos é o maior desafio da Igreja: levar o Evangelho a todas as nações da Terra”, afirmou Crivella.
Na imprensa, o vídeo é tratado como algo indevido: “O vídeo causou polêmica por contrariar o princípio constitucional de Estado Laico, em que religiões e governos não devem se misturar”, comentou o jornalista Ernesto Neves, colaborador da coluna Radar Online, da revista Veja.