Na contramão da cultura. Essa é uma afirmação factível sobre os evangélicos, não apenas do Brasil, mas também do mundo. E essa postura se deve à preservação de valores bíblicos fundamentais, o que traz para este setor da sociedade a pecha, atribuída pela mídia, de fundamentalista.
Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos evidenciou que os evangélicos do país estão em desacordo com o restante da população quando o assunto é identidade de gênero.
O levantamento, realizado pelo instituto Lifeway Research com mil voluntários, apontou que 54% dos evangélicos considera errado “se identificar com um gênero diferente”. Entre os católicos, outro forte grupo cristão no país, a visão semelhante foi menor, com 26% compartilhando a mesma opinião.
Em comparação, a opinião de que é errado identificar-se como sendo de um gênero diferente de sua concepção biológica é de apenas 20% entre pessoas não religiosas, segundo informações do portal Christian Today.
O relatório da pesquisa destaca que o número de pessoas evangélicas contrárias ao uso de hormônios ou cirurgias para a mudança de sexo foi de 61% do total, quase o dobro dos religiosos não-evangélicos que compartilham a mesma opinião, que foram 32%.
“Os cristãos evangélicos são claramente uma minoria sobre esta questão”, afirmou Scott McConnell, diretor executivo da Lifeway. Outras pesquisas apontam que os norte-americanos do século XXI não veem um significado moral em preservar o gênero com o qual nasceram.
“A maioria dos americanos rejeitam a visão de um criador que oferece um gênero que não pode ser mudado […] Nós podemos fazer diversas alterações de forma livre em nós mesmos. Temos a cirurgia plástica, usamos formas de deixar os dentes mais brancos, formas de pintar o cabelo, fazer tatuagens. Então, muitos americanos visualizam o gênero como mais um item dessa lista”, contextualizou.
Para McConnel, a pesquisa teve êxito ao mostrar que os evangélicos se mantém firmes aos seus princípios: “Uma porcentagem crescente de americanos não acredita em ‘certo e errado’. Eles não acreditam que exista uma verdade absoluta. E se não há nenhuma verdade absoluta, então eles são relutantes em falar sobre moralidade […] Isso reflete uma visão de mundo em transformação”, concluiu.