PATTAYA, Tailândia – Quando as vítimas do H.I.V. recorrem à igreja evangélica, elas procuram reconciliar-se com Deus mas em vez disso encontram “portas fechadas e rostos zangados,” diz uma Cristã vítima do H.I.V..
Gracia Violeta Ross Quiroga, uma representante da ONUSIDA da Bolívia, falou numa reunião da Assembleia-Geral da Aliança Evangélica Mundial na Tailândia no Sábado.
Ela disse aos evangélicos presentes que mostrar a graça e misericórdia de Deus é tão necessário numa resposta eficaz ao H.I.V. e à AIDS quanto as acções concretas.
Citando a história bíblica do filho pródigo que recebe o perdão do seu pai apesar de ter dissipado os seus bens, ela explicou a forma como tinha sido recebida de novo por Deus e pelo seu pai físico, um ancião da igreja, depois de ter descoberto que tinha H.I.V..
“Deus não estava à espera de mim com uma lista de perguntas – ‘Oh, por que é que fizeste isto?’ ou ‘Eu avisei-te que isto iria acontecer.’ Ele veio até mim e segurou-me e ajudou-me a caminhar todo o resto do caminho até ter regressado a casa novamente. E o meu pai também fez a mesma coisa,” disse Quiroga.
“Isso é graça,” realçou ela. “Será que a igreja está a fazer isto agora? Essa é a minha pergunta para vocês, porque posso dizer-vos que as experiências da maioria das pessoas que vivem com H.I.V. com a igreja evangélica em particular não é lá muito como o filho pródigo.
“Quando eles tentam voltar para casa e procurar Deus, porque percebem que irão morrer brevemente, e vão à igreja, eles não encontram braços abertos, graça e misericórdia. Eles encontram perguntas …, que não acho serem o que Deus queria que fizéssemos com as pessoas com H.I.V.”.
Quiroga pediu aos evangélicos para mostrarem mais compaixão para com aqueles que têm H.I.V..
“Se vocês estivessem na posição da pessoa com H.I.V. e estivessem a tentar procurar Deus na igreja, o lugar onde as pessoas dizem que Deus está, e encontrasse portas fechadas e rostos que estão zangados com vocês, como iriam reagir?”
Ela avisou que uma atitude negativa da igreja e a incapacidade de ela falar sobre sexo, drogas e outras questões tabu fizeram com que muitas pessoas atingidas pelo H.I.V. ficassem relutantes em voltar para a igreja, apesar do seu desejo de se reconciliarem com Deus.
“Podemos deixar [as questões difíceis] para Deus, porque Ele irá julgar isso em todo o caso, mas acho que é o nosso chamamento praticar a graça quando se trata de trabalhar com H.I.V. e AIDS”, disse ela.
Também presente na reunião esteve Sally Smith, uma conselheira na área das parcerias na sociedade civil para a ONUSIDA, que serviu como missionária médica da BMS no Nepal há 16 anos.
Fonte: Christian Today Portugal