Os evangélicos representam mais de 30% da população brasileira, uma quantidade significativa, embora sem a mesma proporcionalidade de representação na política.
Para atingir o equivalente no Congresso Nacional, é preciso eleger 153 deputados e senadores evangélicos. Um número que pode ser alcançado diante do número de irmãos que são candidatos este ano.
Alguns candidatos evangélicos foram questionados sobre o que os motivaram a entrar para a disputa eleitoral e a razão é praticamente a mesma: se levantar em defesa de valores inegociáveis.
“Precisamos de representantes verdadeiros”, diz a missionária Michele Collins (PP), vereadora de Recife (PE) e candidata à deputada federal. Suas principais bandeiras são a defesa da vida e da família.
Michele está em seu terceiro mandato na capital pernambucana e se destaca como uma das mais atuantes da cidade: “Minha experiência política me faz entender que precisamos de mais deputados evangélicos, porque quando precisamos aprovar determinadas matérias, a oposição se levanta por ter um pensamento diferente. Quanto menos pessoas com os mesmos valores, mais difícil será aprovar proposições. Quanto mais pessoas com as mesmas defesas, mais propostas são aprovadas”.
Outro evangélico na disputa é o radialista e pastor Ildo Rafael (PSD), candidato a deputado federal por Alagoas. Ele compartilha da visão de que este é o momento de aumentar a representação dos evangélicos no Congresso Nacional:
“O deputado federal evangélico vai poder influenciar pessoas através dos seus princípios. E este ainda tem uma missão diferente dos demais políticos, porque é ele quem revisa as leis, fiscaliza e cria novas leis. Entendo que nós realmente precisamos mudar muitas coisas”, declarou.
Ildo Rafael é um comunicador famoso principalmente na capital alagoana por apresentar programas de rádio que ajudam a população carente, pessoas que foram esquecidas pelo poder público.
Sua experiência de vida, que inclui a posição religiosa, o faz entender que mais do que criar novas leis, os deputados que serão eleitos em outubro deste ano precisarão se unir para modificar leis aprovadas que, de forma sutil, trazem muitos elementos do comunismo.
“Temos no Brasil mais de 200 mil leis e o povo não conhece quase nada. Então a questão não é só criar leis, mas mudar muita coisa. Essas mudanças devem garantir e respeitar o entendimento da maioria da população que é cristã”, disse.
Bruna Olly (Republicanos) é uma cantora conhecida do grande público e pela primeira vez disputa uma vaga de deputada federal pelo Espírito Santo. Para ela, o momento exige proatividade:
“Por muito tempo os evangélicos não participaram da política com aqueles discursos de que política e religião não se misturam. Com isso, nossos princípios passaram a ser perseguidos e nós perdemos espaços”, disse, declarando ainda temer que, em um futuro próximo, esse afastamento da política leve os cristãos a passarem por grandes problemas.
“Se não nos posicionarmos agora, isso pode se tornar algo muito pior e podemos perder a nossa liberdade de culto, de expressão e muitos outros”.
Este cenário hipotético é um dos maiores motivos para que evangélicos de todos os estados brasileiros abracem a política: “Acredito que a gente despertou para isso, existem pessoas que há muito tempo já entendem que a igreja precisa ocupar os espaços, não apenas na política, mas também na cultura, no judiciário… então, acredito que de um tempo pra cá isso tem se acendido no coração de muitos evangélicos de entrarem para a política. Mas ainda é um trabalho pequeno e precisamos aumentar essa representatividade”, finalizou a cantora.
Assembleias Legislativas
A representação evangélica também precisa crescer nas Assembleias Legislativas. Os deputados estaduais terão grande importância para determinar políticas locais e assim garantir direitos relacionados à educação, saúde e segurança, por exemplo.
De acordo com o pastor Cleiton Collins (PP), deputado estadual em Pernambuco, e candidato à reeleição, os políticos cristãos conservadores são muito relevantes nas Casas de Leis estaduais: “Hoje é importante ter uma bancada não apenas evangélica, mas cristã de um modo geral para defender valores e os bons costumes, principalmente nas escolas”.
Propostas danosas às crianças foram apresentadas nas Assembleias Legislativas nos últimos anos e exigiram que evangélicos capazes atuassem para evitar que elas sejam aprovadas:
“O deputado estadual é a voz do aflito, do que precisa ser acolhido e que precisa de políticas públicas nas ações sociais, na educação, políticas sobre drogas e também na saúde”, completou Collins.
Ter deputados evangélicos nos estados tem relação também com a representação política que todo grupo tem direito, como bem explica o Pastor Wellington Medeiros (Republicanos), candidato a deputado estadual no Tocantins.
“Dentro do Estado Democrático, nós temos pessoas que nos representam tanto na política nacional, quanto estadual e municipal e nós votamos em quem nós nos identificamos. Qualquer segmentação tem direito de lançar seus representantes. O que temos visto é que a cada eleição que passa, os evangélicos têm chegado à conclusão de que precisam ter uma representatividade no poder público, porque somente pessoas do meio deles é que poderão representá-los de fato”.
Candidatos de todas as regiões do país estão unidos na visão de mostrar aos cristãos a importância de escolher políticos que estejam alinhados aos seus valores, pessoas capazes de contribuir para uma sociedade mais justa que respeita as tradições, segundo informações da ASCOM.