As igrejas de Pernambuco estão proibidas de abrir aos finais de semana, após um endurecimento das medidas de fechamento impostas pelo governo estadual. Em resposta, uma vereadora quer, através de um projeto de lei, classificar as religiões como serviços essenciais.
As medidas de confinamento anunciadas pelo governo de Pernambuco têm como foco restringir as atividades aos finais de semana, com o fechamento de parques e clubes sociais. As igrejas podem funcionar, normalmente, de segunda a sexta, entre 05h00 e 20h00, mas não podem abrir entre sábado e domingo.
De acordo com o portal Folha PE, as igrejas deverão seguir protocolos de distanciamento, uso de máscara, oferta de álcool em gel e capacidade dos templos reduzida. Já as praias do estado terão acesso permitido apenas para prática de atividades esportivas individuais.
Esse conjunto de medidas, impostas sob o argumento de conter o ritmo de contágio pelo novo coronavírus e suas variantes, entra em medida na próxima quarta-feira, 03 de março. O governador Paulo Câmara (PSB), também alegou que a ocupação de 93% dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) obrigaram o endurecimento do confinamento.
Atividades essenciais
Apenas estabelecimentos como supermercados, padarias, farmácias, postos de gasolina, serviços de delivery e pontos de coleta dos restaurantes estão autorizados a funcionarem normalmente.
Diante disso, a vereadora Professora Ana Lúcia (Republicanos) quer acelerar a tramitação do projeto 40/2020, apresentado por ela em abril do ano passado para reconhecer “igrejas e os templos de qualquer culto como atividade essencial em períodos de calamidade pública no município do Recife”.
“A proposta mostra-se de grande relevância, pois observamos que as instituições religiosas têm servido de auxílio espiritual, psicológico e social, levando aos mais carentes, além de ajuda emocional, apoio com alimentos e materiais de higiene, por exemplo, chegando aonde o Poder Público, em muitos casos, não consegue chegar”, argumentou Ana Lúcia. “O projeto irá para votação nos próximos dias e diante disso, estamos na expectativa de sua aprovação, a fim de que ninguém tenha a sua liberdade de consciência e de crença cerceada”, acrescentou.
Enquanto isso, uma articulação entre outros políticos pernambucanos quer levar à Câmara dos Deputados o mesmo debate. De acordo com informações do portal NE10, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) protocolou um projeto de lei que reconhece atividades religiosas como serviços essenciais e que podem funcionar durante a pandemia do novo coronavírus em todo o território nacional.
“As atividades religiosas servem como alento para aqueles que perderam familiares, a saúde ou o emprego. Igrejas também desenvolvem um importante papel de assistência social e ajudam pessoas que muitas vezes o Estado não alcança”, justificou Eduardo da Fonte.
A articulação para que Fonte apresentasse o projeto foi feita pelo deputado estadual Pastor Cleiton Collins (PP) e pela sua esposa, a vereadora recifense Missionária Michele Collins (PP).