Uma parceria do governo do Acre com igrejas evangélicas nos presídios do estado tem resultado em conversões de detentos ao Evangelho, mas também no enfraquecimento das facções criminosas que atuam nas unidades prisionais. Ao longo do último ano, mais de 1.100 presos foram alcançados.
Dados sobre essa parceria vêm sendo divulgados pelas autoridades do Acre nos últimos meses. Na última terça-feira, 31 de dezembro, o presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), Lucas Gomes, usou sua página no Facebook para detalhar o trabalho.
“Em 2019, o Evangelho de Jesus se tornou um caminho viável dentro dos presídios do Acre. Uma alternativa de saída não violenta das organizações criminosas. Com o reforço da presença dos líderes e entidades religiosas nos presídios; e com a ampliação de vagas exclusivas nos prédios destinados aos presos que passaram a professar a fé cristã, cerca de 1.103 presos saíram de organizações criminosas para trilhar o caminho do Evangelho”, escreveu Gomes.
O servidor público acrescentou uma mensagem de agradecimento aos evangelistas que atuam junto aos detentos: “Com gratidão aos irmãos que cumprem esse sacerdócio dentro dos presídios, louvamos a Deus por aqueles que escolheram o caminho da vida ao caminho da morte; abrindo ainda mais as portas dos presídios para aqueles que nos trarão as boas novas em 2020”.
Parceria com igrejas
A agência de notícias do governo do estado Acre divulgou em novembro do ano passado um breve relatório sobre a parceria: “O trabalho vem dando bons frutos e o principal destes é o resgate de reeducandos, que outrora estiveram envolvidos com organizações criminosas e abandonaram as antigas práticas para entregar suas vidas nas mãos de Deus”, destacou o texto.
O relatório explica ainda que muitos presos “já haviam decidido seguir uma religião”, mas o trabalho do governo ao lado das igrejas os ajuda a cumprir uma etapa de desvinculação das facções: “A necessidade de gravar os vídeos se dá por conta das regras estabelecidas pelas próprias organizações criminosas, tendo em vista que esta é a única forma de sair vivo de tais grupos”.
As igrejas formaram um grupo chamado Equipe 91 para o acompanhamento dos presos. “Nós vamos em busca realmente daquele jovem, daquele homem, daquela mulher, que está com a vida prestes a terminar. Nós pregamos a palavra do Senhor Jesus e falamos do Deus vivo”, comentou Célio Lima, um dos evangelistas que atuam na iniciativa.
Ele destacou a motivação dos voluntários da Equipe 91: ”Através de Deus, essas pessoas podem ter uma libertação, uma nova vida e Ele pode libertar essa pessoa do mundo onde está vivendo, do mundo do crime e nós fazemos isso com muito amor”.
“Chegamos aqui e fizemos vídeos de vários detentos que realmente se desligaram das facções e tomaram uma decisão de seguir uma nova caminhada com Cristo. Esse trabalho que nós fazemos é com muito amor. Um trabalho tremendo e maravilhoso”, finalizou.