O enterro do traficante Leandro Monteiro dos Reis, o Pitbull da Mangueira, ocorreu pontualmente às 16h desta sexta-feira, como havia sido previamente marcado no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Cerca de 70 pessoas acompanharam o cortejo. Pitbull foi morto na quarta-feira, durante operação de policiais civis na Mangueira.
O único momento de tensão ocorreu quando um tenente do Serviço Reservado do 2º BPM (Botafogo), que estava a paisana inflitrado na multidão, impediu que uma faixa com as letras da facção criminosa a qual pertencia o bandido fosse colocada junto ao caixão. A faixa estava numa coroa de flores. Houve revolta e os manifestantes gritaram palavras de ordem contra a PM. Contudo, as letras foram retiradas por parentes do criminoso.
A polícia proibiu ainda que a loja que fica ao lado do cemitério confeccionasse as tais faixas com apologia ao tráfico de drogas. Contornado o clima de revolta, o enterro transcorreu pacificamente. O corpo do traficante foi colocado numa gaveta logo na entrada do cemitério. Curiosamente, no momento em que a parede da sepultura estava sendo lacrada, os presentes entoaram uma canção religiosa intitulada “Faz um milagre em mim”, do cantor evangélico Regis Danese, cuja letra diz: “Me ensina a ter santidade….”.
Minutos depois do enterro, foi ouvido o barulho de fogos de artifício nas proximidades do cemitério. Na favela, o clima também é de tranquilidade neste momento. Dezenas de policiais cercam a comunidade para evitar novos confrontos.
Policiais do 4º BPM (São Cristóvão) e do Batalhão de Choque reforçaram o policiamento na Mangueira para evitar protestos dos moradores devido ao enterro do traficante.
Dezoito coroas de flores, assinadas com nome de favelas dominadas pela mesma facção criminosa que domina a Mangueira, foram enviadas ao cemitério. Entre as favelas estão Jacarezinho, Manguinhos, Cidade Alta, Complexo da Penha, Pavão-Pavãozinho, Cantagalo. Do Instituto Médico-Legal do Rio até o cemitério, o corpo foi escoltado pela polícia e passou pelo Aterro do Flamengo, seguido por carros de familiares, que pareciam fazer um cortejo ao traficante.
O corpo de Leandro Monteiro demorou para ser liberado pelo IML. Como as fichas datiloscópicas do traficante não foram localizadas no Instituto de Identificação Félix Pacheco, o traficante foi oficialmente considerado como sendo de um “homem pardo não identificado”.
Policiais do 2º BPM (Botafogo) e do 23º BPM (Leblon) fizeram uma operação conjunta no início da tarde desta sexta-feira na Favela dos Tabajaras, em Copacabana. Por volta das 13h, houve uma breve troca de tiros entre os policiais militares e traficantes do local. Um bandido, ainda não identificado, foi atingido e levado ao Hospital Rocha Maia, em Botafogo, onde morreu. Com ele, foi encontrada uma pistola 9 milímetros. A ocorrência foi encaminhada para 10ª DP (Botafogo).
Segundo a polícia, bandidos da comunidade da Zona Sul estariam se preparando para prestar uma homenagem ao traficante Pitbull, que seria da mesma facção. Uma das áreas da Favela dos Tabajaras é limítrofe com o cemitério São João Batista, onde Pitbull será enterrado. Durante a operação, comandada pelo capitão Martan, foi encontrada uma cangalha de fogos que poderia ser utilizada no momento do enterro.
Na quinta-feira, o clima foi de aparente tranquilidade no Morro da Mangueira, mas o comércio esteve fechado. Segundo comerciantes, quatro homens em duas motocicletas passaram por volta das 9h, mandando que todos fechassem as portas, alegando ser dia de luto pela morte de Pitbull. Uma faixa preta foi colocada na entrada da localidade chamada Buraco Quente.
Na quarta-feira bandidos colocaram fogo em quatro ônibus depois que Pitbull, chefe do tráfico local, foi morto durante uma operação da Polícia Civil na favela. Moradores da comunidade ficaram em pânico com o tiroteio.
Fonte: Globo / Gospel+
Via: Notícias Cristãs