O surgimento de grupos de ódio é bastante antigo e um dos que até hoje existe clandestinamente é a Ku Klux Klan (KKK), uma organização secreta racista que atua nos Estados Unidos desde o final do século XIX. Apesar da ilegalidade, várias pessoas dizem se identificar com os ideias segregacionistas do grupo e uma delas foi Ken Parker.
Parker entrou na KKK em 2012 e rapidamente assumiu um lugar no comando do grupo, no estado da Flórida. A sede por violência e o desejo de expressar seu ódio não foi suficiente no grupo, então Parker resolveu ingressar também em grupos neonazistas, inspirados na ideologia assassina de Adolf Hitler.
A vida do “Grande Dragão do KKK”, com era conhecido na organização racista, começou a mudar quando ele passou mal durante uma das manifestações em prol da “supremacia branca” nos Estados Unidos, em Charlottesville. A cineasta Deeyah Khan estava filmando os protestos para realizar um documentário sobre grupos de ódio.
“Eu tive exaustão por causa do calor depois do protesto, porque gostamos de usar nossos uniformes pretos. E eu estava passando mal e ela veio se certificar de que eu estava bem”, disse Parker, lembrando que ficou surpreso com a atitude da mulher.
Khan é uma norueguesa de pele morena e cabelo escuro, e isso fez Parker questionar suas próprias atitudes durante o protesto. “Ela foi completamente respeitosa comigo e com minha noiva o tempo todo”, disse ele, segundo a NBC News.
“Isso me fez pensar: ela é uma mulher muito legal. Só porque ela tem a pele mais escura e acredita em um Deus diferente do que eu, por que eu odeio essas pessoas?”, pensou ele. Isso ficou na sua memória e se aprofundou ainda mais quando ele conheceu o seu vizinho, William McKinnon, alguns meses depois.
McKinnon é um jovem pastor negro, mas Parker não fazia ideia disso. Eles conversaram algumas vezes, até que o pastor lhe convidou para ir a um culto de Páscoa em sua igreja. Os anos de uma vida vazia, repleta de ódio e de ideologias fúteis, foram desmontados quando a Palavra de Deus penetrou no coração de Parker.
Ele viu a oportunidade de se arrepender de todos os seus pecados e então aceitou a Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador em 17 de abril de 2017, seis anos depois do seu ingresso na Ku Klux Klan.
Testemunho e batismo
“Eu disse que eu era um Grande Dragão do KKK, mas o Klan não era odioso o suficiente, então decidi me tornar um nazista. Mas depois do culto, nenhum deles me disse algo negativo. Eles todos me abraçaram e apertaram a minha mão, me incentivando em vez de me deixarem para baixo”, disse Parker, lembrando do seu primeiro testemunho na congregação, um mês após a sua conversão.
Pouco mais de um ano depois, em 21 de julho, Parker foi batizado em nome de Jesus Cristo pelo pastor McKinnon, aos olhos de Deus e da sua congregação. Suas palavras agora são pedidos de perdão por tudo o que ele fez no passado, mas de certeza de que em Cristo tudo se faz novo.
“Eu quero dizer que sinto muito. Eu sei que eu espalhei muito ódio e desgosto por essa cidade. Eu peço desculpas”, conclui.