Ele foi delegado do Departamento de Ordem Política e Social, ou simplesmente “DOPS”. Suas informações deram surgimento ao livro “Memórias de uma Guerra Suja”, que chegou a ficar entre os oito mais vendidos do país em 2012, e também um matador confesso de dezenas de pessoas na época do regime militar, entre os anos 1970 a início de 80.
Cláudio Guerra já foi considerado um dos homens mais temidos do Brasil décadas atrás, mas sua vida mudou radicalmente após se converter ao Evangelho de Jesus Cristo e depois se tornar pastor, integrante da Assembleia de Deus.
Guerra matou friamente vários adversários do regime militar. Ele representa o lado negro de uma época que ficou marcada pelos erros de ambos os lados de um conflito que até hoje é palco de disputas políticas, judiciais e ideológicas.
O agora pastor Cláudio Guerra confessou ter incinerado vários corpos a mando de superiores, além dos que ele mesmo havia matado. Seu testemunho ganhou as telas do cinema no documentário lançado esta quinta-feira (14), chamado “Pastor Cláudio”, dirigido por Beth Formaggini.
Se trata de uma entrevista onde o mesmo conta detalhes sobre execuções e o cenário do crime dentro e fora da esfera militar, seu período na prisão e como vive atualmente.
Guerra também revela haver no país, desde o período militar, uma organização chamada “A Irmandade”, que segundo ele determina quem deve viver ou morrer no país, controlando a cúpula do poder.
“Nesse momento, percebendo o perigo, percebendo que mexeu com gente grande, a boca de Pastor Claudio começa a tremer de medo, as palavras começam a fraquejar, ele percebe, quer voltar atrás, e é ele mesmo tomado pelo terror que informa”, informa o G1 sobre o documentário.
Sem dúvida alguma se trata de uma produção importante para a história do Brasil. Um passado sombrio onde, independente das intenções consideradas boas ou ruins, de ambos os lados, ficou conhecido muito mais por seus vilões do que pelos heróis, se é que existiram.
Assista uma entrevista com Cláudio Guerra, abaixo: