O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) causou um enorme rebuliço na política nacional ao afirmar que, caso a esquerda eleve a oposição ao governo ao nível de protestos visto no Chile, seria necessário uma medida similar ao AI-5 para suprimir a chance de distúrbio social no Brasil.
“Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam e sequestravam grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito”, disse Eduardo Bolsonaro à jornalista Leda Nagle.
A declaração foi considerada infeliz e reprovada por apoiadores e opositores do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O próprio mandatário enfatizou que o Brasil hoje tem uma Constituição Federal diferente, que lamentava a declaração e que Eduardo deveria se desculpar.
Pastores evangélicos ligados à política nacional também se posicionaram contra a manifestação do deputado eleito por mais de 1,8 milhão de votos. “É completamente absurda [essa declaração]. Isso passa, inclusive, dos limites de quem tem, de fato, compromisso com a democracia”, disse o pastor Silas Câmara (REPUB-AM), que comanda a bancada evangélica na Câmara dos Deputados, em entrevista à Veja.
Silas Malafaia usou o Twitter para repudiar a declaração do filho do presidente: “Eduardo Bolsonaro, cala a boca! Esse camarada não sabe que tudo que ele falar cai no colo do pai? Ainda bem que Bolsonaro é independente e não deu refresco para o filho. Pura inabilidade política!”, escreveu o pastor.
Em seguida, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) também criticou a postura da oposição e da imprensa no episódio: “A esquerda querendo tirar partido da fala do filho do presidente. CAMBADA DE BOBALHÕES! Não vão arrumar nada! Reune seu miquinhos amestrados, UNE, CUT, UBSS E ANPG, façam manisfestações (sic) medíocres, o povo não está nem aí para vocês”.
“Jornalistas da Globo, calem a boca! Só para lembrar a vocês, o fundador da Globo, Roberto Marinho, deu apoio intransigente a ditadura militar. Vocês não têm moral para falar desse assunto, nem criticar o filho do presidente. Esqueceram o q vocês fizeram ontem com Bolsonaro?”, acrescentou.
O AI-5 (Ato Institucional nº 5) foi baixado em 13 de dezembro de 1968 e transformou o Regime Militar num governo com alto grau de ingerência na sociedade. Através dessa medida, houve cassações e suspensão de direitos políticos, instalação da censura estatal à imprensa e aumento da repressão aos opositores, com casos de tortura e mortes entre militantes radicais de esquerda que praticavam guerrilha.
EDUARDO BOLSONARO, CALA A BOCA! Esse camarada não sabe que tudo que ele falar cai no colo do pai? Ainda bem que Bolsonaro é independente e não deu refresco para o filho. PURA INABILIDADE POLÍTICA !
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) October 31, 2019
SÓ KKKKK > A esquerda querendo tirar partido da fala do filho do presidente. CAMBADA DE BOBALHÕES ! Não vão arrumar nada ! Reune seu miquinhos amestrados, UNE, CUT , UBSS E ANPG, façam manisfestações medíocres, o povo não está nem aí para vocês. Vamos kkkkkkkkkkkkkkkkkk muito kkk
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) October 31, 2019
JORNALISTAS DA GLOBO, CALEM A BOCA ! Só para lembrar a vocês , o fundador da Globo , Roberto Marinho , deu apoio intransigente a ditadura militar. Vocês não têm moral para falar desse assunto, nem criticar o filho do presidente . ESQUECERAM O Q VOCÊS FIZERAM ONTEM COM BOLSONARO? pic.twitter.com/n1joH25Bn3
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) October 31, 2019