O atirador que militava no ateísmo e ceifou a vida de 26 pessoas em um atentado durante um culto na Primeira Igreja Batista de Sutherland Springs, no Texas, era visto pela ex-mulher como uma pessoa que tinha “muitos demônios”.
Tessa Brennaman, 25 anos, concedeu entrevista à CNN e fez declarações fortíssimas a respeito de Devin Patrick Kelley, o assassino que pregava ódio à religião e que também morreu no incidente.
Ela viveu com Kelley aproximadamente um ano, mas terminou separando-se dele em 2012, quando ele era soldado da Força Aérea norte-americana e, durante uma discussão, a agrediu e machucou o filho deles, resultando em uma fratura craniana na criança.
“Muito ódio”, disse Tessa, era o que Kelley expressava o tempo todo. Ela desabafou ao lembrar que seu casamento com o atirador foi repleto de abusos e ameaças de morte. Citando como exemplo de seu desequilíbrio, ela contou que certa vez, ao receber uma multa por excesso de velocidade, ele puxou sua arma – que sempre estava portando – e apontou-a para sua cabeça.
Quando não suportou mais tanta pressão psicológica, Tessa foi à Polícia e fez uma denúncia contra o marido, e ele terminou passando um ano preso sob a guarda da Força Aérea. Ao sair da cadeia, Kelley demonstrou não se conformar com o divórcio e usou armas para ameaçar a ex-mulher e os familiares dela em quatro ocasiões diferentes.
Cheio de “demônios”, como descreveu sua ex-mulher, Kelley se preparou para uma verdadeira guerra no dia em que foi à Primeira Igreja Batista de Sutherland Springs. Usando uniforme tático e com armamento pesado, ele não se sensibilizou ao notar que dentre as pessoas que se tornariam vítimas de seu ódio, estavam crianças e idosos, e abriu fogo. O verdadeiro motivo, talvez, nunca seja esclarecido, já que ele morreu durante a fuga.
Ainda não se sabe se Kelley cometeu suicídio ou se sangrou até a morte em consequência de disparos feitos contra ele por um homem que passava próximo à igreja e reagiu à ação, disparando contra ele e perseguindo-o.