Uma tragédia criminal que poderia ter minado os sonhos de vida da missionária Lana Vasquez, na verdade, terminou convertida em uma iniciativa que hoje faz a diferença na vida de dezenas de crianças na Tailândia, país que concentra um dos maiores índices de exploração sexual de crianças do mundo.
Durante uma entrevista para o programa Nova Talk, apresentado pelo pastor Maurício Fragale, a missionária Lana Vasquez revelou que sofreu violência sexual durante a infância, algo que marcou a sua vida ao longo dos anos.
“Quando criança eu passei por algumas situações, fui abusada, entre outras coisas. Não fui [abusada] pelo meus pais, mas sim por ‘amigos confiáveis’. Eu sei que foi aquele momento que abriu a porta para muita dor e vergonha e para muitas confusões e outras coisas na minha vida desde pequena”, disse ela.
Vasquez precisou de um tempo para digerir que havia sido vítima de um dos crimes mais bárbaros da humanidade. Ao invés de sucumbir às sequelas emocionais da exploração sexual, no entanto, ela resolveu se reerguer e fazer do combate ao abuso infantil o seu grande objetivo de vida.
“Quando eu me senti limpa, pura e inteira, não me sentia daquele jeito desde criança, por causa do que aconteceu comigo. Então, prometi que nunca deixaria isso [traumas gerados pelo abuso] acontecer com uma criança de novo”, disse ela.
Vasquez frisou que o seu desejo passou a ser impedir que outras crianças fossem vítimas dos mesmos traumas pelos quais ela passou. “Eu sempre digo que é pessoal para mim. Não é só uma causa social que vi na TV. É pessoal para mim”, destaca a missionária.
‘Life Impact International’
Seguindo o seu propósito, Lana Vasquez fundou a organização ‘Life Impact International’, e a Tailândia foi a primeira região onde ela sentiu o desejo de atuar, devido ao grande número de crianças vítimas de exploração sexual.
“Chegou ao ponto de haver 800.000 crianças forçadas a se prostituirem só na Tailândia. Quando eu ouvi isso, sabia que tinha que fazer algo a respeito”, disse ela. “Era para eu ter ficado na Tailândia por apenas dois meses e ajudar a organizar, a começar o trabalho. Mas 2 meses se tornaram 17 anos”.
“Eu tinha apenas 24 anos e me tornei mãe de 52 crianças. Comecei com uma estratégia chamada ‘Prevenir, Resgatar, Curar’. Prevenir a exploração infantil, o tráfico infantil, crianças forçadas a se prostituirem ou serem escravizadas”, explicou.
Para Vasquez, a adoção de crianças vulneráveis à exploração sexual é uma forma de prevenção, pois assim acreditam que podem evitar a venda delas como escravas sexuais.
Assista à entrevista no vídeo abaixo: