Uma diarista teria sofrido intolerância religiosa da patroa por ser espírita. No centro da polêmica, estaria uma evangélica, que teria tomado a decisão de demitir a funcionária por não querer em sua casa uma pessoa ligada à religião.
“Fiquei com pena dela: é uma pessoa que prega tanto a fé, mas não tem fé nenhuma”, comentou Fernanda Matias Almeida, de 35 anos, que trabalhava fazendo faxina na casa da evangélica há oito meses, em Belo Horizonte (MG).
A diarista contou ao portal O Tempo que nunca tinha ouvido qualquer reclamação sobre seu serviço na casa da então patroa evangélica. No entanto, quando ela revelou sua crença no espiritismo, a patroa reagiu demitindo-a.
“Faço faxina na casa de uma cliente, e ela disse que se soubesse que eu estaria indo em um centro espírita, me mandaria embora. Falei que, sim, que vou a um centro espírita, e ela disse: ‘então, não quero que você trabalhe mais aqui, não gosto desse tipo de religião na minha casa’”, contou Fernanda.
O caso veio a público porque o filho da diarista, Gabriel Pedrosa, usou as redes sociais na última quarta-feira, 03 de abril, para relatar o episódio de discriminação religiosa vivido por sua mãe. A publicação se tornou viral, e mais de 1.700 usuários do Facebook compartilharam.
O direito à liberdade religiosa é garantido no artigo 5º da Constituição Federal, que considera “inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.
Apesar de ter a lei a seu favor, a diarista espírita garantiu que não tem intenção de processar a ex-patroa evangélica: “Pessoas que agem como ela são dignas de dó”, encerrou.