Durante a campanha eleitoral, o pastor Marco Feliciano (PSC) enviou cartas a seus eleitores pedindo votos para sua reeleição com um texto que falava sobre as pautas dos ativistas gays e os projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional e “ferem a igreja de Cristo”.
O panfleto, que trazia a foto de Feliciano e dos candidatos a governador Geraldo Alckmin, e senador José Serra, ambos do PSDB e eleitos, dizia que o assunto que o texto tratava era “muito sério”.
Na carta, Feliciano comenta sobre as propostas da”mais séria lei que passou pelo Congresso, a PL 122, a lei contra a homofobia”, que foi “sepultada” (termo usado pelos parlamentares da bancada evangélica) no Senado, pois teve seu conteúdo apensado ao projeto do novo Código Penal.
O pastor da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento no entanto, ignora esse detalhe no texto e afirma que, caso aprovada, a lei “obrigará líderes religiosos a fazerem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, correndo risco de prisão” caso se neguem.
Um artigo do PL 122 realmente dava margem para interpretações como essa, pois permitia aos homossexuais a manifestação de afeto em qualquer espaço, prevendo punição a quem se manifestasse contra.
O texto dizia ainda que os ativistas gays trabalham para “implantarem o início de seu governo promíscuo” através da oficialização das paradas gays como eventos fixos das cidades.
Homofobia
O portal de notícias Bol se referiu ao panfleto de Feliciano como “homofóbico”, e procurou a assessoria de imprensa do PSDB, partido de Alckmin e Serra, para ouvir a postura da legenda a respeito do texto.
“A propaganda em questão não foi confeccionada pelas campanhas do PSDB, que sequer tinham conhecimento dela. O texto não expressa as opiniões do partido”, disse a assessoria de imprensa dos tucanos.
Já Talma Bauer, chefe de gabinete de Marco Feliciano, afirmou que a iniciativa de inserir a imagem foi apenas para divulgar os candidatos do pastor para os cargos mencionados: “A gente coloca [a foto] até como uma gentileza com eles. Mas não nos preocupamos se eles concordam ou não. É o pastor quem está falando”, observou a assessora.