O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) é o primeiro deputado da bancada evangélica a ter o nome confirmado como integrante da Comissão Especial que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Feliciano foi indicado em uma das vagas que o PSC tem direito, ao lado de Eduardo Bolsonaro (SP), filho do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que por ser opositor a Dilma, deverá ficar de fora da lista de seu partido, que integra a base governista.
Um dos suplentes do PSC na Comissão Especial é o cantor Irmão Lázaro (BA), eleito em 2014 para seu primeiro mandato. A indicação foi feita pelo líder da legenda na Câmara, o deputado André Moura (SE), um dos principais aliados do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também opositor de Dilma.
“Será uma grande batalha. Hoje não temos os votos necessários, mas trabalharei, me esforçarei e conto com a ajuda de todos os que querem um Brasil melhor, sem Dilma e sem PT”, escreveu Feliciano em sua página no Facebook, comemorando a indicação.
A publicação de Feliciano alcançou mais de 36 mil curtidas e 4,9 mil compartilhamentos, expressando o apoio do eleitorado do pastor à postura dele a favor do impeachment de Dilma Rousseff.
Posteriormente, Feliciano gravou um vídeo para comentar a decisão do deputado Silvio Costa (PE) de deixar o PSC por discordar de sua indicação à Comissão, e disse que ele “vai tarde” pois era um “traíra” que havia optado por defender a presidente com a pior avaliação da história.
Recentemente, outro parlamentar que ameaçou trocar de partido por causa do impeachment foi Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), eleito sob a tutela do pastor Silas Malafaia, ferrenho opositor de Dilma. Cavalcante afirmou que se seu partido indicar apenas parlamentares favoráveis ao governo, deixará a legenda.
Contra
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), divulgou uma nota com críticas à decisão de Eduardo Cunha em acolher o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
No texto, o CONIC afirma que Cunha baseou-se em “argumentos frágeis” e que o processo não tem legitimidade, pois o afastamento de Dilma “nos conduziria para situações caóticas”.
“Vemos com muita preocupação que o presidente da Câmara tenha acolhido um pedido de impeachment com argumentos frágeis, ambíguos e sem a devida sustentação fática para acusação de crime de responsabilidade contra a presidente da República”, diz o texto do Conselho, formado por igrejas evangélicas de Confissão Luterana, Episcopal Anglicana do Brasil, Metodista e Católica.