O pastor Marco Feliciano (PODE-SP) abriu uma representação contra o colega de parlamento Cabo Daciolo (PATRI-RJ) após ter sido acusado de fazer parte da maçonaria. A iniciativa no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pede providências contra “graves injúrias”.
O imbróglio entre os dois parlamentares evangélicos começou na última segunda-feira, 08 de outubro, quando Daciolo realizou uma transmissão ao vivo nas redes sociais e acusou o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) e outros deputados, de serem maçons.
“Ele [Jair Bolsonaro] está todo voltado com a maçonaria, que está no poder há muito tempo no nosso país, onde tem vários pastores maçons envolvidos. Eu até citei dois, Marco Feliciano e Silas Malafaia. Está repreendido em nome de Jesus”, afirmou Daciolo, repetindo o discurso adotado após o primeiro turno de que não apoiaria nenhum candidato pois ninguém estaria livre de compromissos com a Nova Ordem Mundial.
A resposta de Feliciano foi dura e bastante objetiva, com uma representação que, teoricamente, poderia resultar na cassação do mandato de Daciolo. Na argumentação, o pastor assembleiano destacou que como é evangélico não pode integrar nenhuma sociedade filosófica que não seja a própria Igreja, e sublinhou que não pertence ou se relaciona com a Maçonaria.
De acordo com informações do portal Pleno News, o pastor Marco Feliciano pretende levar o caso adiante, na tentativa de instaurar um processo disciplinar contra Daciolo.
Investigado
O discurso de Daciolo que denota uma vida ilibada pode estar sob risco, já que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello voltou a prorrogar um inquérito contra o deputado por peculato.
Há a suspeita de que Daciolo tenha contratado serviços para seu gabinete de uma empresa fantasma. “O caso teve início com um processo aberto pela empresa Swell Home Office contra Daciolo. Na ação, a firma cobrava R$ 45 mil de Daciolo por serviços de tecnologia prestados ao seu gabinete na Câmara. Para o Ministério Público, porém, há indícios de que a empresa é ‘fantasma’ — pertence a um ex-colega de Daciolo no Corpo de Bombeiros e não empregou ninguém de 2009 a 2016”, noticiou a jornalista Clarissa Stycer, colaboradora da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.
“Em 2015, a Swell Home Office teria recebido R$ 227,5 mil do gabinete do Cabo, pagos através de sua cota parlamentar. O inquérito foi aberto em dezembro do ano passado e prorrogado pela primeira vez em julho. Agora, o STF autorizou que as investigações continuem por mais 90 dias”, acrescentou a jornalista.